O Tribunal de Recursos de Paris confirmou esta sexta-feira (14) que julgará por homicídio o ativista de extrema direita Loïk Le Priol, acusado de matar a tiros o ex-jogador de râguebi argentino Federico Martín Aramburu após uma luta na capital francesa.

Outro ativista de extrema direita, Romain Bouvier, 33 anos, será julgado por tentativa de homicídio, e Lyson R., companheira de Loïk Le Priol que estava presente no local, será julgada por participação em tentativa de homicídio, segundo uma decisão tomada na quinta-feira pela câmara de instrução do Tribunal de Recursos.

Na acusação de 25 de outubro, contestada pelos advogados de defesa, o juiz de instrução tinha mantido a acusação de homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar, para os dois principais suspeitos, já condenados por atos de violência.

Loïk Le Priol também responderá por atos de violência dolosa contra Shaun Hegarty, um ex-jogador de râguebi francês, agora com 40 anos, que estava com a vítima naquela noite.

Em 19 de março de 2022, Federico Martín Aramburu, 42 anos, e Hegarty estavam num bar no Boulevard Saint-Germain, no 6º bairro de Paris.

Os dois iriam ao Stade de France para a partida entre França e Inglaterra para o Torneio das Seis Nações. Após um desentendimento com Loïk Le Priol e Romain Bouvier, os dois homens deixaram o local a pé.

As vítimas foram seguidas pelos dois militantes de extrema direita, que dispararam duas vezes sobre o ex-jogador argentino, causando ferimentos fatais, e depois fugiram.

Loïk Le Priol, ex-comandante da Marinha e membro do movimento de extrema direita Groupe Union Défense (GUD), dissolvido em junho de 2024, foi preso dias depois na Hungria enquanto se preparava para viajar até a Ucrânia. Romain Bouvier foi preso em Sarthe.

Ambos os suspeitos foram condenados em 2022 a dois e três anos de prisão por espancar um ex-colega e ex-dirigente do GUD em 2015.