O presidente do Técnico, Pedro Lucas, disse hoje que é “ridícula” a suspensão preventiva dos líderes dos órgãos sociais do clube determinada pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), decisão que irá contestar.
“É ridícula e vamos contestar, com certeza. Então já não se pode ter opinião? Não há liberdade de expressão? Parece a Coreia do Norte. Tudo por causa de um comunicado que não ofende ninguém”, reagiu o dirigente, em declarações à agência Lusa.
O CD da FPR suspendeu preventivamente, durante um ano, os três líderes dos órgãos sociais do Técnico, de acordo com uma notificação do organismo a que a Lusa teve hoje acesso.
A suspensão, “em face da participação apresentada pelo presidente da FPR, Carlos Amado da Silva”, em 25 de maio, abrange os presidentes da direção do clube, Pedro Lucas, da mesa de assembleia geral, José Bento dos Santos, e do Conselho Geral, Raúl Martins.
A decisão tem por base um comunicado do Técnico, emitido no âmbito da desclassificação e despromoção dos ‘engenheiros’ ao terceiro escalão nacional, por alegada utilização irregular de jogadores num encontro do campeonato, frente ao CDUL.
Nesse sentido, Pedro Lucas lamentou que uma nota que fez ao CD relativamente a uma declaração de Amado da Silva à agência Lusa, quando o presidente da FPR afirmou que o líder do Técnico “devia ter juízo”, não tenha sido alvo da mesma atenção e tenha sido “imediatamente arquivada”.
Questionou ainda “qual é o castigo que devem ter os dirigentes de uma federação que já vai em 70 dias de incumprimento de um acórdão do Tribunal” Arbitral do Desporto, que anulou a desclassificação e descida do clube.
A FPR recorreu para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) e deu início à Divisão de Honra do campeonato português de râguebi em 08 de outubro, mas os ‘engenheiros’ alegam que o recurso não tem efeito suspensivo sobre a decisão do TAD.
Contactado pela Lusa, o presidente da FPR disse não ter “nada a acrescentar” aos autos da nota de culpa emitida pelo CD e frisou que a queixa apresentada “é apenas o seguimento da situação que foi criada de forma deplorável” pelos dirigentes do Técnico.
“Não se pode desrespeitar as pessoas da maneira como foram desrespeitadas”, concluiu Carlos Amado da Silva.
No comunicado, com data de 21 de maio e assinado pelos três dirigentes agora suspensos preventivamente, os ‘engenheiros’ acusam a FPR de “autoritarismo e incumprimento dos mais elementares princípios de ética, nomeadamente por parte do seu presidente”.
Entre outras acusações, afirmam ainda que “a situação aterradora” vivida pelo clube, com a despromoção ao terceiro escalão, “foi especificamente criada pelo próprio presidente da FPR” e que é “um exemplo flagrante de despotismo e má-fé”.
Em abril, a FPR desclassificou o Técnico da Divisão de Honra de 2021/22 e despromoveu os 'engenheiros' ao terceiro e último escalão competitivo nacional por alegada utilização irregular de nove jogadores num encontro com o CDUL.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou, em agosto, as decisões da direção e do Conselho de Disciplina (CD) da FPR, que recorreu para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) e deu início ao campeonato, em 08 de outubro, sem a participação do Técnico.
O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.
Com sede nas Olaias, os 'engenheiros' somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).
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