O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou “as decisões do Conselho de Disciplina (CD) e da direção” da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) que despromoveram o Técnico ao último escalão nacional, adiantou hoje o presidente dos ‘engenheiros’.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Lucas garantiu que o clube das Olaias ganhou “em todos os setores” do recurso apresentado ao TAD, em maio, e considerou que “fez-se justiça” no processo que resultou na desclassificação do Técnico no campeonato, por alegada utilização irregular de jogadores.
“Estamos muito satisfeitos porque ganhámos em todos os setores. Não apenas na questão da inconstitucionalidade das decisões, mas principalmente no cerne da questão, os jogadores, que estavam bem inscritos. Provou-se que a FPR não cumpriu os seus próprios regulamentos. Isto é grave e terá implicações”, revelou Pedro Lucas.
O dirigente, de resto, remeteu mais esclarecimentos e reações para um comunicado a divulgar brevemente, mas exigiu, desde logo, “que a FPR se retrate, retire imediatamente os procedimentos administrativos” contra o clube e “anule os sorteios” dos campeonatos, entretanto realizados sem a inclusão do Técnico.
Contactado pela Lusa, o presidente da FPR, Carlos Amado da Silva, disse não ter ainda conhecimento de qualquer decisão, mas lembrou que se limitou “a cumprir com aquilo que decidiram os órgãos superiores” do organismo.
“Cumpriremos e agiremos em função daquilo que os tribunais resolverem. E se houver matéria para recurso, naturalmente, recorrermos. Mas isso é matéria para o CD e o Conselho de Justiça (CJ)”, frisou Amado da Silva.
Em 20 de abril, o Conselho de Disciplina da FPR considerou procedente um protesto do CDUL que alegava que o Técnico tinha utilizado nove jogadores de forma irregular no encontro entre as duas equipas, em 23 de março, infringindo o artigo 37.º, n.º 1 a) do Regulamento de Disciplina.
Dez dias depois, em 30 de abril, a direção da FPR decidiu aplicar a decisão do CD, após receber um recurso do Técnico, desclassificando os campeões nacionais e despromovendo-os ao último escalão competitivo português.
O Técnico recorreu, então, para o Conselho de Justiça da FPR, que, em 06 de maio, considerou improcedente o recurso, num despacho em que revelava, ainda, que os 'engenheiros' teriam já recorrido da decisão também junto do TAD.
O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.
Com sede nas Olaias, os 'engenheiros' somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).
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