O português Nicolau von Rupp lança hoje o filme "Rail Road" na norte-americana Surfline, a plataforma 'online' de surf com mais visualizações a nível mundial, dando a conhecer a sua busca pelas maiores ondas da Europa.

"O nome do filme é inspirado pela minha forma favorita de viajar quando era mais novo. Sempre gostei de andar de comboio e preferia deslocar-me para as provas, em Espanha ou em França, desta forma. Entre os 12 e os 18 anos fiz muitas viagens de comboio sozinho, durante a noite, e isso marcou-me", explicou à Lusa o surfista da Praia Grande (Sintra).

'Nic' é da geração de outros surfistas lusos de vulto, como Frederico Morais e Vasco Ribeiro, e revelou que, como tinham patrocinadores diferentes, cada um se deslocava para os campeonatos no estrangeiro pelos seus próprios meios, mas depois juntavam-se no destino e partilhavam as experiências nos campeonatos. E é essa viagem ao passado que o surfista quis recriar agora, aos 29 anos, com "Rail Road".

"O filme mostra as ondas poderosas do Atlântico, filmámos em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Escócia, Irlanda e Noruega. A Surfline mostrou interesse no conteúdo, até porque é original e não há muito material do género filmado na Europa, e estou muito entusiasmado com esta parceria", sublinhou.

Questionado sobre qual foi o destino mais desafiante desta jornada, Nicolau elegeu a Noruega, pelo isolamento total, mas realçou que a Nazaré é o destino mais duro de todos.

"A Nazaré é uma onda especial, única. Mas surfar numa ilha deserta da Noruega, que durante o inverno não tem ninguém, numa onda que nunca ninguém tinha surfado, foi a paragem em que me senti mais isolado e em que tive maior receio. Foi um amigo sueco que descobriu esta onda e desafiou-me para irmos lá surfar", assinalou.

Nicolau von Rupp, filho de pai alemão e de mãe portuguesa, nascido em Lisboa, é um dos melhores surfistas de ondas grandes do mundo e viu os seus desempenhos ao longo da época 2018/19 premiados pela World Surf League (WSL), que lhe deu um 'wildcard' para integrar o circuito mundial de ondas grandes de 2019/20, juntando-se assim ao compatriota Alex Botelho.

"Este era um objetivo já traçado há vários anos, correr o circuito mundial de ondas grandes, mas, de certa forma, era um objetivo longínquo. Há tantos surfistas guerreiros de ondas grandes por este mundo fora. Mas este ano senti que era o ano para tentar dar esse passo e qualificar-me, e tive 'performances' muito boas nesta temporada, sobretudo, na Nazaré, em Mavericks (Califórnia, EUA) e em Jaws (Havai). É um orgulho enorme ter sido considerado o sexto melhor surfista de ondas grandes da última época, posto que me valeu este convite incrível", salientou.

Esta será a primeira vez que Portugal terá dois surfistas em simultâneo na mesma temporada a competir no circuito mundial de ondas grandes, depois de Alex Botelho ter garantido a permanência ao terminar a época 2018/19 no sétimo posto do 'ranking', cujos 10 primeiros se qualificam automaticamente para o ano seguinte.

Antes de dar início à nova temporada do Big Wave Tour da WSL (que costuma arrancar a 01 de outubro), 'Nic' vai continuar a recuperar de um "inverno muito desgastante", mas nem por isso vai deixar a ação, uma vez que está de partida para a Indonésia, onde se aguarda a chegada de uma das maiores ondulações do ano.

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