O ministro dos Negócios Estrangeiros francês pediu hoje que a tenista chinesa Peng Shuai, que reapareceu num torneio após semanas de mistério sobre o seu destino, seja autorizada a "falar livremente" para esclarecer a sua situação.
"Acho este caso muito preocupante", disse Jean-Yves Le Drian à estação de televisão privada LCI, sublinhando: "Estou apenas à espera de que Peng Shuai fale. E se as autoridades chinesas quiserem esclarecer, devem permitir a Peng Shuai falar, dizer onde ela está, como vive, o que faz, como se prepara para os Jogos Olímpicos”.
O líder da diplomacia francesa foi ainda mais longe nas declarações e considerou que a tenista chinesa “obviamente desapareceu” e deixou transparecer o incómodo francês com Pequim em relação a este caso.
“Se não for verdade, então deixem-na falar. Se por acaso ela fosse proibida, se houvesse um desaparecimento óbvio, teríamos de tirar as consequências diplomáticas", acrescentou, sem mais esclarecimentos.
Depois de uma onda de indignação internacional, incluindo das Nações Unidas e de algumas das maiores estrelas do ténis, os media estatais chineses lançaram alguns vídeos da tenista com o objetivo de mostrar que está tudo bem. Peng Shuai apareceu este domingo num torneio de ténis em Pequim, de acordo com fotografias oficiais do evento.
Peng Shuai, 35 anos, antigo número um mundial na variante de pares e uma estrela do desporto na China, não tinha sido visto publicamente desde que acusou Zhang Gaoli, um poderoso ex-funcionário do Partido Comunista, 40 anos mais velho, de a ter coagido a fazer sexo.
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