Os tenistas João Sousa e Nuno Borges, únicos portugueses com acesso ao quadro principal do Open da Austrália, revelam-se motivados para o primeiro ‘major’ da temporada, que decorre entre 16 e 29 de janeiro, em Melbourne Park.
O número um nacional e o segundo melhor tenista português da atualidade chegam aos Antípodas em circunstâncias distintas, já que o vimaranense, 82.º classificado no ‘ranking’ ATP, vai disputar a sua 12.ª edição do ‘Happy Slam’ e o maiato fará a sua estreia.
João Sousa, de 33 anos, tem já uma vasta experiência nestes palcos, jogando desde 2011 em Melbourne Park, onde só falhou uma edição, em 2021, por ter testado positivo à covid-19 na véspera da viagem, e tendo alcançado três vezes a terceira ronda, em 2015, 2016 e 2019.
“Iniciar a época aqui na Austrália é sempre um privilégio, assim como poder jogar os melhores torneios do mundo. Sinto-me motivado para fazer um bom torneio, tal como os outros jogadores. Aqui o nível e a exigência são enormes e todos somos conscientes que temos de dar o nosso melhor para tentar fazer grandes resultados”, comentou Sousa, em declarações à Lusa.
O minhoto, antigo ‘top 30’ mundial, estreou-se na temporada de 2023 com uma vitória na ronda inaugural do ‘qualifying’ do ATP 250 de Auckland, antes de perder na segunda ronda e ser repescado, como ‘lucky loser’, para o quadro principal, no qual cedeu perante o francês Richard Gasquet.
“Fisicamente e psicologicamente estou bem. Depois dos problemas físicos que tive nos últimos anos, já ultrapassados, é sempre bom estar bem fisicamente e obviamente que estou contente por isso. Psicologicamente, começar um ano novo com ambição, vontade de fazer bons resultados e jogar a um bom nível também é bom”, acrescentou.
Na abertura do Open da Austrália, João Sousa terá como primeiro adversário o espanhol Roberto Bautista-Agut, que figura no 26.º lugar na hierarquia ATP, e com quem mantém um duelo equilibrado (3-3) no confronto direto.
“O Bautista-Agut é um jogador que tem muita experiência, tal como eu, no circuito. Conhecemo-nos muito bem já há muitos anos e, portanto, vai ser um encontro exigente e duro para os dois, tanto a nível físico, como mental. Vou dar o meu melhor, tentar impor o meu estilo de jogo e tentar fazer com que ele não consiga jogar bom ténis. Depois, no final, fazemos contas”, avançou o vimaranense, que vai jogar também o quadro de pares ao lado de Francisco Cabral.
Já Nuno Borges, depois de ter visto em 2021 a sua participação na fase de qualificação gorada por ter contraído também o novo coronavírus, este ano tem lugar garantido no quadro principal do primeiro torneio do ‘Grand Slam’.
“Estou muito entusiasmado. Mais uma oportunidade para jogar num ‘major’. Todas as outras experiências no ‘Grand Slam’ foram muito boas e mal posso esperar para começar aqui o ano num quadro principal”, confessou à Lusa o jovem maiato, de 25 anos.
Borges, atualmente número 112 do mundo, entrou na principal grelha do Open da Austrália por via do ‘ranking’ alcançado no final de 2022, após um ano em que acedeu aos restantes três ‘majors’, Roland Garros, Wimbledon e Open dos Estados Unidos, através do ‘qualifying’.
Enquanto na terra batida parisiense e na relva londrina foi travado na ronda de abertura, nos pisos rápidos de Flushing Meadows só perdeu na segunda eliminatória. Em Melbourne Park, na estreia, terá pela frente Lorenzo Sonego, naquele que será o primeiro embate com o italiano (44.º ATP), de 27 anos.
“Estou muito feliz e sinto-me orgulhoso por entrar diretamente no quadro principal. A estreia será contra um jogador experiente e que já joga estes torneios há mais tempo que eu. Serve bem e demonstrou que pode jogar um grande nível”, avançou.
Além de contar que “os treinos têm corrido muito bem” e já estar “mais adaptado às condições, tanto dos ‘courts’, como do tempo quente de verão”, Nuno Borges diz estar “preparado para o desafio e confiante”.
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