O líder dos Estados Unidos recebeu com a sua mulher, Jill Biden, o casal Volodymyr e Olena Zelensky na Casa Branca, onde o líder ucraniano, falando na Sala Oval, defendeu que a continuação da ajuda financeira e militar "é muito importante" para Kiev e agradeceu aos representantes norte-americanos e ao povo dos Estados Unidos pelo seu "grande, imenso apoio".

O aguardado encontro entre Biden e Zelensky foi antecedido por visitas do Presidente da Ucrânia ao Pentágono e ao Capitólio, onde se reuniu à porta fechada com representantes da Câmara dos Representantes e do Senado, num momento em que Kiev precisa manter o apoio dos Estados Unidos, em particular da Congresso, para prosseguir o esforço de guerra contra as tropas de Moscovo

O Congresso tem em apreciação um pacote adicional de ajuda a Kiev no valor de 24 mil milhões de dólares (22,5 mil milhões de euros), quando têm sido conhecidas reservas de representantes republicanos em relação à continuação da ajuda à Ucrânia, perante as dificuldades que o Exército ucraniano tem experimentado na contraofensiva em curso contra as forças russas.

Antes do encontro entre Zelensky e Biden, a Casa Branca anunciou hoje que os Estados Unidos vão entregar "importantes" meios de defesa à Ucrânia, mas sem fornecerem de momento os mísseis ATACMS de longo alcance solicitados por Kiev.

O Presidente norte-americano "decidiu que não vai fornecer [mísseis] ATACMS, mas não excluiu essa possibilidade no futuro", declarou em conferência de imprensa o conselheiro para a Segurança nacional, Jake Sullivan.

Volodymyr Zelensky declarou esta semana que seria uma "deceção" caso não regressasse a Kiev sem estes poderosos mísseis táticos.

No entanto, Sullivan elogiou os resultados da contraofensiva ucraniana, criticada por diversos responsáveis militares norte-americanos que se têm pronunciado nos 'media' sob anonimato.

"Na realidade, a Ucrânia está em vias de recuperar terreno, efetua-o de forma metódica, passo a passo", afirmou.

O conselheiro de Joe Biden afirmou que, em particular devido à assistência militar norte-americana, as forças ucranianas conseguiram "libertar em três meses mais território que os russos conseguiram tomar em oito meses".

"Diversas grandes cidades da Ucrânia não estão hoje sob ocupação nem sob domínio russo. Primeiro, devido à coragem dos soldados ucranianos e do povo ucraniano que os apoiam, mas também, de forma não negligenciável, devido ao apoio militar que lhes fornecemos", disse Jake Sullivan.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

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