O futebol é uma incógnita. O futebol atrai os adeptos, estes enchem os estádios desejosos de verem a sua equipa ganhar e de assistirem a um bom espectáculo. O futebol vende, mas na maior parte dos jogos vende gato por lebre.

Os atores dos clubes “ricos” são excessivamente bem pagos, os coreógrafos ou realizadores também. Pergunta-se porque é que este espectáculo, em dois actos, é na maioria das vezes intermitente e desordenado cheio de altas e baixas prestações.

Sabemos que os bons atores improvisam e encantam as plateias com as suas habilidades. Mas parece que não sabem qual o papel a desempenhar. Será que não existe um guião esclarecedor e inteligente?

Ontem observámos durante 30 minutos o excelente espectáculo que, os dragões proporcionaram. Mas soube a pouco, por efémero, dado que “pararam”, e os 60 minutos que faltavam, transformaram a alegria e o prazer inicial, numa tristeza inesperada.

O triunfo dos dragões não sofre contestação. O FC Porto, no período áureo, poderia ter marcado vários golos, mas ou por imperícia nalguns remates e sobretudo pela excelente exibição de Douglas isso não aconteceu. Merecia vencer, mas não com uma grande penalidade inexistente.

Mesmo jogando só no meio campo defensivo do Guimarães. Os jogadores do campeão encontraram espaços de penetração dado que Vitória era uma equipa defensiva sem o mínimo de pressão, nem de organização, colocava 10 jogadores aglomerados a defender em metade do relvado, deixando os portuenses livres para receberem a bola.

A liberdade dada a Lucho, Josué e Quintero foi preponderante para a supremacia portuense. Deixar jogar e explanar a técnica a estes jogadores, é hara-kiri e só não sucedeu porque Douglas esteve quase intransponível.

O Porto, com Lucho e Quintero mais próximos de Jackon, com a inflexão de Josué e Licá, os quais raramente jogaram como estremos. As roturas nos corredores laterais eram feitas por Danilo e Alex Sandro. Desta forma, os campeões desenvolveram futebol dinâmico, com uma excelente envolvência colectiva, a qual criou várias oportunidades para marcar.

O Porto parecia embalado para uma estrondosa exibição. Mas a partir da meia hora a equipa desuniu-se fisicamente, foi perdendo gás até estoirar. Por este motivo e pela incompreensível saída de Quintero, que era o jogador mais clarividente e influente, o bom futebol acabou. Depois, foi uma hora a ver, qual a equipa que falhava mais passes.

O Guimarães tal como na etapa inicial, continuou a ser uma equipa desequilibrada. Defendeu, defendeu, e muitas vezes incorrectamente, as acções ofensivas quase não existiram, dado que as saídas para o ataque não funcionaram.