Agentes desportivos na província de Malanje emitiram opiniões divergentes sobre a proposta de adiamento das eleições nas federações, para o quadriénio 2020/24, até que as autoridades sanitárias considerem o momento adequado face à pandemia da covid-19.
Reunidos quinta-feira última (23), o Comité Olímpico Angolano e mais dezasseis federações nacionais optaram por tal proposta devido o aumento de casos positivos no país.
Consideram não existirem condições para a realização dos pleitos com abrangência e lisura que se requer até Setembro, prazo estabelecido pelo Ministério da Juventude e Desportos para o efeito.
No entanto, numa ronda efectuada pela Angop, sábado, em Malanje, agentes desportivos emitiram opiniões divergentes sobre esta questão. Enquanto alguns apoiam a decisão, outros consideram-na inoportuna.
Por exemplo, o presidente da Associação de futebol, Mário Machado, acha correcta, uma vez que as campanhas eleitorais requerem movimentações dos candidatos fora das respectivas províncias, constituindo risco de vida, devido os efeitos da pandemia.
No mesmo sentido, o vice-presidente da Associação Provincial de Judo, Manuel Massunga, argumenta que a realização dos pleitos dentro dos padrões exigíveis colocaria os intervenientes em perigo, já que a situação epidemiológica no país tende a piorar.
Apesar de reconhecer que vários actos eleitorais tenham já ocorrido, mesmo em presença deste quadro sanitário, acha ser, agora, necessário que se aguarde pelo momento mais seguro em defesa do bem vida.
Já o presidente de direcção da Associação Provincial de Basquetebol, Mauro Jorge, defende justamente o contrário, ou seja, não é favorável ao adiamento.
O responsável alega que as instituições devem adaptar-se à actual situação, pelo que a realização de eleições nas federações nacionais podem ocorrer desde que se sigam as medidas de biossegurança decretadas pelas autoridades de saúde do país, no quadro das orientações da OMS.
Aponta como alternativa, que já vem sendo regra em outras esferas, o uso das novas tecnologias de informação e comunicação, tais como vídeo-conferências, o WhatsApp, a plataforma o ZOOM, entre outras.
Mauro Jorge afirmou que o Comité Olímpico Angolano não tem legitimidade jurídica para tomar tal posição, além de que as federações deviam antes auscultar as Associações provinciais.
Em Luanda, o antigo basquetebolista Jean Jacques da Conceição discorda igualmente, considerando que, tal como os clubes e associações, as federações podem fazer o mesmo, seguindo os mecanismos e padrões de segurança.
O argumento de que aumenta o número de casos positivos no país não colhe, segundo o antigo poste do 1.º de Agosto, do Sport Lisboa e Benfica, do Limoges de França e heptacampeão africano pela Selecção Nacional.
O único africano a fazer parte no Hall da Fama da FIBA, Jean Jacques apresentou recentemente a sua candidatura à presidência da Federação Angolana de Basquetebol para o próximo ciclo olímpico.
Mesmo com a situação epidemiológica, a renovação de mandatos no associativismo desportivo para os próximos quatro anos têm seguido o seu curso em cumprimento às orientações do Ministério de tutela.
Segundo o presidente do Comité Olímpico e coordenador da Comissão de Gestão da Federação Angolana de Basquetebol, Gustavo da Conceição, a proposta de adiamento será submetida ao Ministério da Juventude e Desportos, na próxima semana.
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