O treinador português Cláudio Braga, que já orientou várias equipas dos escalões de formação holandeses, vai ser o técnico da equipa sub-17 do Utrecht, um dos clubes de topo do futebol holandês.
Nascido em Lisboa há 38 anos, Cláudio Braga emigrou com os pais para a Holanda com apenas quatro anos, mas nunca perdeu o gosto pelo futebol. Começou a jogar nas camadas jovens do Feyenoord, de Roterdão, passou pelo Excelsior, equipa satélite daquele clube, mas cedo percebeu que o seu grande gosto era o treino desportivo.
Licenciou-se em Educação Física, com especialização em futebol, e começou logo a treinar os iniciados do Excelsior. «Naquela altura ainda não tinha a noção do que era ser líder ou tomar conta de um balneário, mas adorava treinar e ia para casa muito satisfeito», recorda o técnico à agência Lusa.
Após três épocas no satélite do Feyenoord, Cláudio Braga saiu para o Sparta de Roterdão, onde esteve três anos, numa altura em que Frank Rijkaard era o técnico principal.
«Ainda não era o treinador que é hoje, mas fez-me ler o jogo de outra forma e ensinou-me muito», refere Cláudio Braga. Os dois anos seguintes foram passados na formação do Feyenoord, na altura orientado por outra glória do futebol europeu, neste caso o polaco Smolarek, já falecido.
Após mais dois anos no Sparta de Roterdão, Cláudio Braga foi conhecer novas realidades e fez estágios na Alemanha e no Brasil, experiências que lhe abriram novos horizontes.
«O futebol alemão tinha a reputação de ser só força, mas vi vários treinadores a trabalhar muito o passe, sempre com a ideia de atacar sem perder a bola», analisa o técnico.
Pouco depois, em 2009, Cláudio Braga teve aquela que até ao momento foi a única experiência em Portugal, quando Carlos Azenha o convidou para seu adjunto no Vitória de Setúbal. Os resultados não foram os melhores e a "chicotada psicológica" aconteceu apenas quatro meses depois.
«Acabou por marcar a minha vida, porque me deu a oportunidade de concretizar o sonho de criança de um rapaz português que foi para a Holanda ainda bebé e conseguiu chegar à primeira divisão portuguesa», frisou.
O regresso à Holanda aconteceu na época seguinte, desta feita ao PSV Eindhoven, onde, em três anos, foi duas vezes campeão nos sub-17 (uma como adjunto e outra como técnico principal). Na época que agora termina ficou em segundo lugar e, apesar da proposta para continuar, decidiu arriscar e mudar-se para Utrecht, onde vai iniciar nova aventura como treinador da equipa de sub-17.
No entanto, o seu objetivo é dar o salto para o futebol sénior, algo que espera possa acontecer no final da época.
«Penso que será o momento exato para deixar a formação, porque me sinto capaz de dar o salto e entrar no futebol profissional», refere Cláudio Braga, consciente de que o sucesso internacional de treinadores como José Mourinho ou André Villas-Boas podem abrir algumas portas.
Para cumprir este objetivo, Cláudio Braga está em Portugal a tirar o curso de treinadores de nível 4 da UEFA.
«Estou a aprender muito e está a ser uma experiência fantástica. Vou sair daqui com uma ideia muito positiva da qualidade dos treinadores portugueses», conclui.
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