O prazo para a conclusão das negociações entre o Beira-Mar e os credores, no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER), que terminava segunda-feira, foi prorrogado por mais um mês, informou hoje fonte judicial.

A prorrogação do prazo foi requerida pelo devedor em conjunto com o administrador judicial provisório, Pedro Pidwell.

No passado mês de março, a direção do Beira-Mar, então liderada por António Regala, decidiu avançar com o PER, invocando que o clube estava a enfrentar "sérias dificuldades" para cumprir pontualmente as suas obrigações, nomeadamente no pagamento aos fornecedores e ao único trabalhador, por falta de liquidez e por não conseguir obter crédito a curto prazo.

Um total de 80 credores reclamam cerca de três milhões de euros ao clube, agora liderado por António Cruz.

De acordo com a lista provisória de credores entregue no Tribunal, o maior credor, com cerca de um milhão de euros, é o município de Aveiro.

Entre os maiores credores encontram-se ainda a Fazenda Nacional, com 260 mil euros, a Federação Portuguesa de Futebol, que reclama 182 mil euros, e a Parvalorem, que gere os ativos do ex-BPN, com 130 mil euros.

Da lista constam ainda vários ex-dirigentes do Beira-Mar, nomeadamente Caetano Alves, José Cachide, Carlos Nuno Pereira, Mano Nunes e Manuel Simões Madaíl, que reclamam na totalidade mais de 750 mil euros por empréstimos concedidos ao clube.

O clube da II Liga, que procedeu à alienação de 85% da sua equipa profissional de futebol sem ter recebido o pagamento devido contratado, é detentor de um crédito de 3,1 milhões de euros da SAD do Beira-Mar, que conseguiu escapar à falência ao ver o seu PER aprovado, em abril passado, pela maioria dos credores.

A SAD, que tem como maior acionista o empresário italiano Omar Scafuro, comprometeu-se a pagar cerca de 621 mil euros ao Beira-Mar em prestações trimestrais ao longo de 25 anos, com três anos de carência, e o perdão dos juros.