O confronto na noite desta terça-feira entre Portugal e Dinamarca (19h45), no Estádio Parken, em Copenhaga, terá contornos do passado – são dois velhos conhecidos – e poderá deixar boas indicações em relação ao futuro. O histórico de partidas entre Portugal e Dinamarca é bastante favorável à formação das quinas, uma vez que os nórdicos perderam em nove ocasiões (num total de 14 partidas). Isto perfaz uma percentagem vitoriosa de 64,3% enquanto a Dinamarca regista uma percentagem de apenas 21,4% de encontros ganhos (três partidas).
No entanto, grande parte destas conquistas (7) foram obtidas entre 1966 e 2000. A partir do início do milénio, os jogadores portugueses deixaram de conseguir desmantelar o futebol “mecanizado” escandinavo, conseguindo apenas duas vitórias em seis partidas, enquanto a Dinamarca venceu três desses seis jogos, ficando a restar uma igualdade. Além do mais, o reino da Dinamarca é uma verdadeira fortaleza, já que apenas se registou uma derrota nos últimos dez encontros caseiros de cariz oficial.
A primeira vez que os dinamarqueses bateram Portugal foi em 2006. Isto significa que, nos últimos oito anos, houve uma inversão da tendência inicial. Os resultados confirmam a evolução do futebolista dinamarquês, mais inteligente tática e tecnicamente, que pratica um futebol consistente e dinâmico. Em campo nota-se um estilo mais pressionante e a grande disponibilidade física dos jogadores.
Portugal, último do grupo (zero pontos), terá de enfrentar uma Dinamarca, líder do grupo (três pontos), que tem vindo a passar por um rejuvenescimento promovido por Morten Olsen, selecionador da equipa. Com efeito, há um bom equilíbrio entre experiência e irreverência. Talentos como Eriksen, Hojbjerg, Boilesen ou Braithwaite, dão espontaneidade, enquanto Agger, Kvist e Krohn-Dehli representam uma melhor leitura dos momentos do jogo.
Assim sendo, procura-se uma nova era na seleção portuguesa e Fernando Santos, que tantas vezes utiliza a palavra “ganhar” nos seus discursos, poderá iniciar um novo caminho para a meta: a qualificação para o Euro’2016 no primeiro lugar do grupo I. Para isso, o técnico luso precisa de colocar o olho nos sucessos passados. Para já, o técnico de 60 anos chamou os melhores jogadores à sua disposição e alterou o sistema de jogo para 4-4-2 losango, deixando boas indicações diante da congénere francesa.
Do lado da formação das “quinas”, João Moutinho, que marcou o seu primeiro golo diante da Dinamarca, e Nani, que se estreou ao serviço de Portugal diante dos nórdicos com um golo e é o melhor marcador português (cinco golos) frente à Dinamarca, são bons prenúncios. Pela equipa da casa, Bendtner é a besta negra, já que marcou em todos os jogos em que esteve presente (seis golos em cinco jogos). Sinal de esperança é o facto de, nas últimas duas ocasiões em que ambas as equipas integraram o mesmo grupo nas qualificações, ambas se terem qualificado para a fase final. Melhor mesmo seria evitar o “play-off” e, para isso é preciso vencer a Dinamarca já esta noite.
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