A seleção portuguesa de futebol qualificou-se hoje pela 10.ª vez para uma fase final de Europeu de sub-21, a terceira consecutiva e quinta sob o comando de Rui Jorge, depois de vencer as Ilhas Faroé, por 3-1.
Na nona jornada do Grupo G da qualificação para o Euro2025, Portugal assegurou a qualificação com um triunfo nas Ilhas Faroé, somando a oitava vitória e apenas uma derrota, frente à Grécia.
Esta será a 10.ª participação portuguesa na fase final de um Europeu de sub-21, metade das quais com Rui Jorge no comando técnico, sendo que, em sete tentativas, o ex-lateral esquerdo apenas falhou o apuramento em duas ocasiões.
Três vezes finalista em campeonatos continentais do escalão, a ‘equipas das quinas’ procura ainda o seu primeiro título, o único que lhe falta a nível europeu, feito que vai poder tentar na Eslováquia em 2025.
A estreia de Portugal em fases finais aconteceu em 1994, depois de passar uma primeira fase de grupos e os quartos de final, a duas mãos, perante a Polónia, chegando à fase final, disputada por apenas quatro seleções.
Orientados por Nelo Vingada, os lusos tinham 15 dos 18 campeões mundiais de sub-20, em 1991, afastaram a Espanha, viram Luís Figo ser designado o ‘MVP’ do torneio, mas cederam frente à Itália (0-1, após prolongamento), em Montpellier, com um ‘tento de ouro’.
Em 1996, Portugal acabou por ser eliminado pela Itália nos quartos de final, disputados a duas mãos, não atingido a fase final, disputada em Barcelona, por apenas quatro equipas.
Portugal voltou a qualificar-se para uma fase final em 2002, ao vencer o Grupo 2 de qualificação, à frente dos Países Baixos, antes de afastar a Espanha no play-off, graças a um golo marcado fora na derrota por 2-1, antes de Hugo Leal dar o apuramento em Faro (1-0), na segunda mão.
Com jogadores como Miguel, Paulo Ferreira, Hugo Viana, Tiago e Hélder Postiga, a equipa comandada por Agostinho Oliveira acabaria por não passar da fase de grupos num Europeu disputado na Suíça.
Seguiram-se três apuramentos consecutivos, o primeiro em 2004, numa fase de grupos com oito triunfos (dois sobre a Inglaterra) e apenas duas derrotas, ambas com a Turquia, com a qualificação a ser selada num play-off frente à França.
Em Portugal, Djibril Cissé, que voltaria a marcar e seria expulso na segunda mão, bisou, depois de Jorge Ribeiro dar avanço a equipa das ‘quinas’, com os comandados de José Romão a levarem o jogo para prolongamento, com golos de Cristiano Ronaldo e Bruno Alves. Nos penáltis, Portugal venceu por 4-1.
Na fase final, na Alemanha, Portugal, já sem Ronaldo, que estava na seleção principal para disputar o Euro2004, terminou na terceira posição, depois de perder com a futura campeã Itália nas meias-finais e vencido a Suécia no jogo de atribuição do bronze.
Dois anos depois, Portugal recebeu o Europeu de sub-21, mas teve na mesma de ultrapassar a fase de qualificação, com pleno de vitórias, antes de afastar a Suíça no play-off, com um empate a um fora e uma vitória em casa por 2-1.
Mesmo com jogadores como Raul Meireles, João Moutinho, Ricardo Quaresma, Hugo Almeida e Nani, Portugal desiludiu e não passou da fase de grupos, com derrotas frente a França e Sérvia e apenas uma vitória sobre a Alemanha.
Para desfasar o Europeu de sub-21 das grandes competições de seniores, a competição voltou a ser disputada no ano seguinte, com um apuramento mais reduzido, com um grupo de apenas três equipas (Portugal venceu a Letónia e a Polónia), antes de uma épica recuperação no play-off – após uma derrota por 4-1 na Rússia, vitória em Portugal por 3-0.
Mantendo Moutinho e Nani, aos quais se juntaram, entre outros, Miguel Veloso, Antunes e Manuel Fernandes, Portugal voltou a cair na fase grupos, falhando ainda o apuramento para os Jogos Olímpicos, ao perder com a Itália nos penáltis.
Apenas com Rui Jorge no banco Portugal voltou a estar num Europeu, embora a terceira fase final falhada consecutiva tenha sido já sob o comando do antigo internacional, com a edição de 2015 a marcar o regresso luso, após uma qualificação 100% vitoriosa, com dois triunfos sobre os Países Baixos no play-off.
Com nomes como Bernardo Silva, Raphäel Guerreiro, William Carvalho, Rafa ou João Cancelo, Portugal regressou a uma final, mas voltou a perder, desta feita frente à Suécia, no desempate por grandes penalidades.
Apesar dos empates com Israel e Hungria, Portugal chegou ao Europeu de sub-17 sem precisar de passar pelo play-off, mas numa edição aumentada para 12 equipas, acabou por não ser o melhor segundo classificado e caiu na fase de grupos.
Na qualificação para o Europeu de 2019, Portugal ficou atrás da Roménia na fase de grupos, acabando por cair perante a Polónia no play-off, mesmo depois de Diogo Jota ter dado o triunfo à seleção lusa fora (1-0), com a derrota por 3-1 em Chaves a ditar o afastamento.
Em 2021, disputou-se a primeira edição com 16 equipas e Portugal qualificou-se novamente, num percurso apenas ‘manchado’ pela derrota nos Países Baixos, único deslize em 10 jogos, com a Eslovénia a ser testemunha da terceira final portuguesa.
Uma seleção que tinha como base os vencedores dos Europeus de sub-17 e sub-19, com Diogo Costa, Diogo Dalot, Florentino, Vitinha, Trincão, Fábio Vieira e Gonçalo Ramos, entre outros, chegou à final, mas acabou derrotada pela Alemanha.
Com o estatuto de vice-campeão europeu, Portugal voltou a fazer uma fase de apuramento praticamente perfeita para o torneio de 2023, com apenas um empate com a Islândia e duas históricas goleadas sobre o Liechtenstein (11-0 e 9-0).
Contudo, na fase final, Portugal, com alguns nomes que já chegaram à seleção principal, como João Neves, Francisco Conceição e Pedro Neto, terminou a fase de grupos atrás da anfitriã Geórgia e encontrou a futura campeã Inglaterra nos quartos de final, perdendo por 1-0, uma derrota que ditou também o adeus a um possível apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024.
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