A Inglaterra, uma das seleções que melhor futebol pratica no Campeonato do Mundo de futebol feminino, tentará acabar com o domínio das norte-americanas, atuais campeãs, esta terça-feira na primeira semifinal do torneio.

Na plano individual, Megan Rapinoe, estrela do 'Team USA', autora de quatro golos nos oitavos e quartos-de-final, medirá forças com o pilar da Inglaterra, a lateral-direita Lucy Bronze.

A aura de Rapinoe no torneio saltou os 'muros' do mundo do futebol, com um embate público com o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.

A atacante de 33 anos, famosa fora dos relvados pela sua luta contra a homofobia e pelos direitos humanos, insistiu que não aceitaria um convite para visitar a Casa Branca, em caso de título, para protestar contra as políticas de Donald Trump.

O presidente americano não demorou para responder via Twitter: "Megan nunca deve faltar ao respeito ao nosso país, à Casa Branca ou à bandeira, especialmente porque muito foi feito por ela e pela equipea. Ela tem que se orgulhar da bandeira que representa".

Já o selecionador inglês é fã de Megan Rapinoe.

"Admiro pessoas com personalidade forte. Admiro Megan Rapinoe, que diz o que pensa sobre vários temas, sobre o combate por igualdade, diversidade e inclusão", elogiou o técnico da Inglaterra, Phil Neville.

Megan Rapinoe, jogadora de futebol dos EUA
Megan Rapinoe, jogadora de futebol dos EUA Megan Rapinoe, jogadora de futebol dos EUA

No campo, Rapinoe soma cinco tentos neste Mundial feminino e foi decisiva ao marcar dois golos contra a Espanha (2-1) e contra a França (2-1). É, sem dúvida, a atacante que atravessa melhor momento na seleção americana, além de se tornar um verdadeiro tormento para as defesas adversárias na ponta esquerda.

O seu próximo desafio chama-se Lucy Bronze, que marcou um dos golos mais bonitos da prova, num remate potente, no jogo contra a Noruegua nos quartos-de-final (3-0).

Bronze, a polivalente

Escolhida para a lateral direita, Bronze é capaz de jogar em todas as posições. "É um das suas melhores jogadoras, faz parte do grupo de atletas excepcionais: imprime bom ritmo, sempre a atacar. Como as jogadoras francesas, está muito focada em atacar", afirmou a selecionadora dos Estados Unidos, Jill Ellis.

Bronze ainda terá a vantagem de jogar em casa, já que há dois anos veste a camisa do Lyon, uma cidade que adora e na qual espera poder disputar a final do Mundial de Futebol Feminino, a 7 de julho.

Lucy Bronze festeja um golo da equipa de futebol feminino de Inglaterra
Lucy Bronze festeja um golo da equipa de futebol feminino de Inglaterra Lucy Bronze festeja um golo da equipa de futebol feminino de Inglaterra

Mas os Estados Unidos da América é a equipa mais dominante da história do futebol feminino. Tricampeãs mundiais (1991, 1999, 2015) e quatro vezes ouro olímpico (1996, 2004, 2008, 2012), as americanas são as grandes favoritas para chegar à final e conquistar o bicampeonato.

"É a melhor equipa do mundo. É um dos jogos mais importantes do futebol feminino com jogadoras fantásticas nas duas equipas", comentou Neville, ex-jogador do Manchester United, afirmando que não renunciará ao estilo ofensivo da sua seleção.

Ao apurar-se para às semifinais, a Inglaterra já igualou o seu melhor resultado em Mundiais de Futebol, que tinha sido alcançado no Canadá em 2015.

Na quarta-feira será disputada a segunda semifinal do Mundial, um duelo 100 por cento europeu entre Holanda e Suécia