Jenni Hermoso, que ganhou atenção mundial o episódio com José Luís Rubiales na final do Campeonato do Mundo de futebol feminino, foi eleita a Mulher do Ano pela edição espanhola da revista GQ. À publicação, a jogadora espanhola a expressou as suas esperanças em deixar um legado duradouro.
Hermoso admitiu à GQ que tem enfrentado intensa pressão desde o dia 20 de agosto, dia da final do Mundial ganha pela Espanha, e que foi palco do famoso beijo de Rubiales à jogadora.
"Quero ser lembrada como alguém que elevou a Espanha e mudou atitudes. Houve consequências, recebi ameaças, e nem pedi nem iniciei aquele beijo", disse a jogadora espanhola.
O episódio teve amplas repercussões em Espanha, levando, não só a manifestações de grupos feministas e estudantis, como também à própria reorganização na administração da seleção feminina.
"Muitas de nós começaram a perceber o verdadeiro significado da palavra 'feminismo'. Nós, enquanto futebolistas, temos vindo a viver de perto a luta pela igualdade. Fomos chamadas de caprichosas. As pessoas diziam que queríamos ser pagas como os homens, mas isso não é verdade", afirmou Hermoso.
A maior marcadora da história da seleção feminina espanhola disse que está "muito irritada" com aqueles que afirmam que o futebol feminino "não gera tanto dinheiro quanto o futebol masculino".
"Nós sabemos", disse, "E não estamos a pedir o mesmo que eles, tudo o que queremos são algumas condições básicas, como um salário mínimo. E se eu tiver que continuar a lutar para mudar as coisas, então continuarei", acrescentou a jogadora de 33 anos.
Na semana passada, a FIFA baniu o ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, José Luis Rubiales, por três anos devido ao beijo e sua recusa em aceitar que ele fez algo de errado. Rubiales tem insistido que o beijo foi consensual.
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