O presidente das Ligas Europeias de futebol (EL) reforçou hoje a intenção de terminar as competições desta temporada "se for possível", devido à pandemia de COVID-19, e criticou o presidente do Comité Médico da FIFA.

"[Michel D'Hooghe] Devia ter guardado a opinião para si mesmo. É preciso entender o contexto de cada país. Sendo alguém que integra a FIFA, não é uma opinião pessoal, mas sim uma mensagem da FIFA", afirmou Lars-Christer Olsson, durante uma videoconferência organizada pela Soccerex.

Na terça-feira, o presidente do Comité Médico da FIFA, o belga Michel D'Hooghe, defendeu, em declarações à cadeia de televisão britânica SkySports, que o futebol não deve regressar antes de setembro e assumiu que "é preciso ter mais paciência" face à crise mundial de saúde pública provocada pelo novo coronavírus.

Lars-Christer Olsson retorquiu as afirmações do dirigente da FIFA, considerando que o regresso dos campeonatos, "caso haja condições para tal, vai permitir que cada país garanta a integridade da competição local, mas também das competições internacionais, uma vez que os clubes se qualificariam com base no mérito desportivo".

"Acredito que todos na Europa são favoráveis à conclusão das competições, se as questões de saúde assim o permitirem. Se não for possível, é preciso encontrar alternativas", referiu o sueco, salientando os "problemas financeiros" por que alguns clubes europeus estão a passar, devido à paragem das competições.

De resto, para Olsson, esta crise mundial "vai influenciar a elaboração dos calendários nos próximos dois ou três anos", sendo que provas como o Euro2020 e a Copa América, por exemplo, tiveram de ser adiadas para o próximo ano, devido à pandemia de covid-19.

Os campeonatos de futebol de França e Holanda foram, entretanto, cancelados, enquanto países como Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal preparam o regresso à competição.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.