Luis Suárez disse , esta quinta-feira, que "ficou magoado" com os comentários que circulavam sobre o acordo entre o Barcelona e os jogadores para estes baixarem os seus salários, já que a equipa sempre procurou "a melhor solução".

"Dói porque somos os primeiros que queriam chegar a um acordo", disse Suárez à rádio uruguaia 'Sport890', referindo-se àqueles que criticaram a demora dos jogadores em aceitar baixar os seus salários em 70%, com o objetivo de aliviar a situação das finanças da equipa catalã devido a interrupção do futebol, provocada pelo surto de COVID-19.

"Sabemos qual é a situação em que o clube se encontra, a situação em que o mundo está hoje e era só um detalhe mínimo. Mas foram ditas coisas (como) que os jogadores não queriam ceder; que os jogadores de basquetebol e de andebol tinham chegado a um acordo e nós não. Não chegamos a um acordo porque estávamos à espera da melhor solução para o clube e para nosso benefício e a tentar ajudar os funcionários", acrescentou.

"Ninguém no plantel se recusou [a reduzir os salários], porque sempre quisemos colaborar".

O avançado também aproveitou a oportunidade para solicitar que o governo uruguaio decrete a quarentena obrigatória.

"É a melhor solução para o bem de todos. Sei que no Uruguai é difícil, porque muitas pessoas vivem do dia a dia (...) mas se nem todos nos unirmos e formos todos para o mesmo lado, será difícil sair dessa situação", declarou.

Por outro lado, garantiu que nunca pensou em voltar ao país para passar a quarentena, assim como fizeram os uruguaios Diego Godín e Édinson Cavani.

"Se for para correr o risco de expor a minha família para ir ao Uruguai e ficar em isolamento, sinceramente, prefiro cuidar dos meus, cuidar de toda a população (...) e ainda mais a sair de um dos países com mais infectados, como a Espanha", afirmou.

Suarez disse que a interrupção dos campeonatos devido ao COVID-19 foi útil para si, para se recuperar da lesão no joelho que o mantinha longe dos relvados. "Com tudo isto, não vou perder mais nenhum jogo", sublinhou.

Apesar disso, não deu previsões sobre o regresso, apenas que será árduo o regresso do futebol. "Será difícil voltar ao normal... há equipas que estão a ter muitos prejuízos, com a perda da receita da televisão, da venda de produtos e que são difíceis de recuperar porque as pessoas não terão dinheiro para obter essas coisas".