O presidente do Santos, Odílio Rodrigues, admitiu hoje que o clube brasileiro estudará a possibilidade de pedir mais dinheiro ao FC Barcelona pela transferência do futebolista Neymar, se entender que a isso tem direito.

Caso os pagamentos supostamente feitos pela equipa catalã à família de Neymar integrem o acordo de transferência, o Santos pedirá a sua parte da comissão, afiançou Odílio Rodrigues.

"Se considerarmos que esse montante pago ao jogador faz parte do valor da transferência, então o Santos tem direito a 55 por cento dessa quantia", declarou aos jornalistas.

O diário espanhol El Mundo publicou hoje contratos celebrados entre o FC Barcelona e Neymar, que estão em poder da justiça espanhola, segundo os quais o valor total da operação ascendeu a 95 milhões de euros e não aos 57 que foram declarados oficialmente.

A confirmar-se este valor, a transferência de Neymar, do Santos para o FC Barcelona, torna-se a mais cara de sempre da história do futebol, acima dos 94 milhões de euros pagos pelo Real Madrid pelo português Cristiano Ronaldo.

O jornal teve acesso aos contratos assinados entre o clube catalão e o jogador brasileiro, que já estão em poder da justiça espanhola (em instrução na 'Audiencia Nacional'), e que indicam que a transferência do antigo avançado do Santos custou mais 38 milhões de euros do que foi declarado pela equipa espanhola.

Os documentos, assinados entre novembro de 2011 e setembro de 2013, incluem três comissões de vários milhões de euros destinadas à família Neymar e que até agora estavam ocultas.

O El Mundo noticia que o pai do futebolista receberia, nos termos do contrato, dois milhões de euros pela observação de jovens promessas no Santos, quatro milhões por trabalhar na captação de novos contratos de publicidade junto de empresas brasileiras e outros 2,5 milhões destinados a "ajudar crianças das favelas de São Paulo".

O jornal explica que os contratos não estipulam qualquer tipo de obrigação para a família de Neymar, que receberia esses valores independentemente da prestação nos vários "serviços" contratualizados.

Por isso mesmo, o El Mundo conclui que se trata de "acordos fictícios para camuflar os verdadeiros rendimentos do futebolista".