A instabilidade desportiva e diretiva no Barcelona voltou a reacender a novela Neymar. A imprensa desportiva voltou a falar de um possível regresso do craque brasileiro à Catalunha, decisão essa que estará dependente do resultado da final da Liga dos Campeões, que será disputado este domingo entre o Bayern Munique e o PSG.

Quando, no final de 2016/2017, Neymar trocou o Barcelona pelo PSG, muitos apontaram a decisão como sendo algo pessoal por parte do avançado e não tanto pelo projeto desportivo dos franceses. O craque deixava um clube histórico e de topo onde era amado por todos para jogar num emblema movido a petrodólares, que domina o futebol francês sem dificuldades. Mas o dinheiro terá falado mais alto e Neymar passou a ser um dos futebolistas mais bem pagos do Mundo. Neste momento, ganha 36,8 milhões de euros por ano no PSG, contra os 22 ME/ano que auferia no Barcelona.

Nos primeiros anos no PSG, Neymar foi bastante crítico para com a Liga Francesa, onde sentiu inúmeras dificuldades para ultrapassar um jogo mais físico por parte dos adversários. Neymar era sempre o alvo preferido dos adversários, várias entradas fora da lei nos jogos, muitas delas a roçar a agressão, com os árbitros a pactuarem com esse futebol mais agressivo.

Lesões, discussões, agressões e muitas complicações

Em Paris, o avançado de 28 anos teve vários problemas extra-futebol e passou a ser mais falado sobre o que fazia fora do relvado do que em campo. Foi acusado de violação pela modelo brasileira Najila Trindade, num episódio que correu mundo, quando o jogador se envolveu com a sua conterrânea num hotel em Paris. Os vídeos que circularam nas redes sociais não abonavam nada a seu favor.

A sua vida extra-futebol, com participação em festas e eventos sociais, não é do agrado de todos os adeptos do PSG, que preferiam que levasse uma vida mais calma, longe dos holofotes da imprensa e se concentrasse apenas em futebol.

Neymar comemora o seu 28.º aniversário
Neymar comemora o seu 28.º aniversário

Também as lesões teimam em não larga-lo. No PSG falhou vários encontros importantes da equipa, principalmente na Liga dos Campeões (não esteve nas eliminações da equipa em 2018 frente ao Real Madrid na segunda-mão e frente ao Manchester United também na segunda-mão em casa em 2019), um dos principais objetivos dos donos do clube. Neymar e as restantes estrelas como Mbappé, Di Maria, Draxler, Icardi, Leandro Paredes, foram contratados com o objetivco de dotar a equipa com mais qualidade, na hor  a de atacar a Liga dos Campeões, objetivo prioritário de Nasser Al-Khelaifi, dono do Paris Saint-Germain.

A sua relação com os treinadores, colegas e também com a direção parisiense conheceu vários episódios de conflito. Apesar do respeito que atualmente goza no grupo, na época passada o jogador provocou uma divisão no balneário, ao desentender-se com Edison Cavani na hora de marcar uma grande penalidade num jogo frente ao Lyon. O uruguaio (terminou contrato e é apontado ao Benfica) era o marcador das bolas paradas mas Neymar quis marcar o penalti, com Cavani a lembrar-lhe que não era ele o marcador. Cavani bateu e falhou. Antes os dois tinham disputado uma bola para a marcação de um livre, com Dani Alves a agarrar na bola e a entregar ao seu colega de seleção. O remate de Neymar, tal como o penálti de Cavani, foram defendido pelo guarda-redes português Anthony Lopes.

O jornal francês 'L´Equipe' escreveu na altura que o desentendimento entre os dois subiu de tom e que Neymar e Cavani quase chegaram a vias de facto no balneário. Só a pronta intervenção do capitão Thiago Silva e de alguns colegas terão evitado males maiores. O balneário ficou dividido, com os brasileiros do plantel ao lado de Neymar, tal como Kylian Mbappé, e com Cavani cada vez mais isolado.

Os problemas com Thomas Tuchel foram visíveis nalgumas declarações na imprensa por parte de ambos. Em fevereiro de 2020, o jogador voltou aos relvados frente ao Borussia Dortmund, depois de muito tempo parado devido a uma lesão. O PSG perdeu por 2-1 na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, e Neymar não poupou nas críticas à equipa técnica e ao departamento médico por entender que já devia estar a jogar há mais tempo, de forma a ter ritimo de jogo quando chegasse a encontros mais importantes.

"É muito difícil estar quatro jogos sem jogar mas, infelizmente, não foi uma decisão minha. A decisão foi totalmente do clube e dos médicos. Eles tomaram essa decisão e eu não gostei. Tivemos discussões suficientes sobre esta decisões, porque eu sempre quis jogar. Senti-me bem, mas o clube estava com medo. No final, fui eu quem sofreu mais. Entendo o sofrimento parcial do clube, porque não pôde contar comigo nos oitavos de final da Champions dois anos. Mas não pode ser assim, porque o jogador sofre. É difícil jogar 90 minutos sem parar. Se estivesse em melhor forma, teria feito um jogo melhor", afirmou à RMC Sports, ele que fez o tento dos parisienses na derrota ante os alemães.

No final da época 2018/2019 protagonizou uma cena muito feia, na final da Taça de França, perdida pelo PSG para o Rennes. No caminho para a tribuna para receber as medalhas de derrotado, agrediu um adepto da equipa rival. Antes, na conferência de imprensa, tinha criticado os companheiros de equipa, principalmente os mais novos, com a imprensa a especular que as críticas eram dirigidas a Mbappé.

Voltar ao Barcelona após vencer a Champions?

Nos últimos três anos, a imprensa internacional tem insistido no desejo de Neymar em voltar ao Barcelona. O clube catalão já fez algumas tentativas de o resgatar mas esbarrou sempre na intransigência do PSG. Uma possível vitória na final da Liga dos Campeões este domingo poderá ser visto como o fim do ciclo de Neymar no PSG e uma boa oportunidade para voltar ao Barcelona.

Neymar quer voltar a jogar com o amigo Messi
Neymar quer voltar a jogar com o amigo Messi créditos: PHOTO/ JAVIER SORIANO

O craque está em grande forma e tem liderado a equipa nesta fase final da Liga dos Campeões. Longe das lesões e concentrado apenas em futebol, Neymar vai dando mostras do porquê de ser um dos melhores do Mundo. Recentemente deu conta, no seu site oficial, da sua evolução no Paris Saint Germain.

"Esses três anos foram de muita aprendizagem. Vivi tempos de alegria e outros complicados, especialmente quando fui impedido de jogar por causa das lesões. Com a ajuda dos companheiros consegui superar e focar no que realmente importa para todos que é o nosso desempenho em campo, traduzido em títulos. O adepto, o clube, os fãs, todos podem ver a entrega da nossa equipa em qualquer jogo", lembrou.

A conquista da Champions no domingo frente ao Bayern Munique seria o quinto título esta época, após vencer, em França, a Supertaça, o Campeonato, a Taça e a Taça da Liga. Desde que chegou, marcou 70 golos em 84 jogos oficiais. Nunca conseguiu fazer mais de 30 jogos por temporada, devido as várias lesões.

Josep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona, admitiu este ano o regresso de Neymar mas apenas num cenário de troca de jogadores. Com o francês Griezmann a não se adaptar na Catalunha, depois de o Barça ter pago 120 milhões de euros ao Atlético Madrid para contrata-lo, um possível regresso de Neymar poderá implicar a ida do avançado francês para o PSG. Esta seria uma forma de baixar o preço do craque brasileiro.

A imprensa francesa escreve que o PSG não quer perder dinheiro com Neymar, pelo que está disposto a vende-lo por 222 milhões de euros, valor pago há três anos para o tirar da Catalunha.

O Barcelona está em reconstrução e promete investir forte no mercado para dotar a equipa de peças importantes, para que Ronald Koeman, o novo treinador, possa ter matéria para trabalhar e alcançar os objetivos. Neymar quer voltar a ser feliz no Barcelona e voltar a jogar com os amigos Messi e Suárez.

Mas para voltar, é provável que tenha de baixar o salário. O jornal 'Sport' adianta que o craque brasileiro teria de baixar o salário para perto do que ganhava quando deixou o clube - 22 milhões de euros limpos por época -, valor que fica longe dos 36,8 ME/Ano que ganha atualmente no PSG.

A possível saída de Neymar poderia levar a uma transferência de Cristiano Ronaldo para o PSG. O craque português é um namoro antigo do dono do PSG e o facto de ser patrocinado pela mesma marca de equipamentos dos campeões parisienses poderá ajudar na transferência. Assim o PSG trocaria um craque por outro craque.

Uma novela a seguir nos próximos dias.

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