Dia 10 de junho. Em Portugal é dia de Camões e das Comunidades Portuguesas. Para o mundo do futebol, é dia de final da Liga dos Campeões.
Istambul vai ser, a partir das 20h, a capital do futebol europeu ao receber o Manchester City-Inter, antes da pausa definitiva para as Seleções. É certo que a Turquia se vai pintar de azul, mas só um pode levar a orelhuda.
O moderno Manchester City, sem grande história nestas andanças, é ainda assim o favorito porque o futebol não se faz apenas daquilo que está escrito. Guardiola, Haaland, Bernardo Silva e companhia são uma ameaça séria a qualquer equipa.
O velho conhecido Inter de Milão faz-se valer do seu historial. Contrariamente aos Citizens, já conquistou a prova uma vez (2009/10), depois de já ter sido feliz duas vezes na antiga Taça dos Campeões Europeus. Atualmente, a verdade é que poucos acreditavam na presença em Istambul da equipa de Inzaghi. Primeiro, foram os carrascos de FC Porto e Benfica e, no duelo com o AC Milan (que já tinha eliminado surpreendemente o Nápoles), os Nerazzurri aproveitaram a ausência de Rafael Leão e fecharam as contas na primeira mão.
Esta é uma final também importante por outros motivos. De um lado, Inzaghi quer provar que o Inter é muito mais do que as críticas ao longo da temporada. Muito se questiona as fragilidades, o modelo de jogo e a chegada dos italianos a Istambul, mas a verdade é que estão lá. De referir ainda que o Inter não precisa de vencer a final para garantir a presença na prova milionária para a próxima temporada.
Do outro lado, Guardiola vai tentar o que nunca conseguiu no Manchester City: Ganhar a Liga dos Campeões. Já a levantou duas vezes, mas ultimamente tem tido um desfacho inglório. A última presença numa final foi em 2020/21 no Estádio do Dragão com derrota frente ao Chelsea. Este pode ser ainda o jogo de despedida de Bernardo Silva, apontado constantemente à saída face o assédio do mercado. Haaland, depois da Premier League, quer se consagrar ao nível da Liga dos Campeões com o título de melhor marcador.
Quanto às opções, Guardiola não irá, certamente, ‘inventar’ desta vez, até porque se tem mantido fiel, já há muitos jogos, a um por si idealizado ‘3-2-4-1’.
O City tem jogado com uma defesa a três, composta por Kyle Walker, Rúben Dias e Aké (ou Akanji), à frente de Ederson, Stones e Rodri com médios mais defensivos, e um quarteto (Bernardo Silva, De Bruyne, Gündogan e Grealish) nas costas de Haaland.
O esquema tático é uma novidade na presente temporada, bem como a presença de um verdadeiro ‘9’, no jovem norueguês Erling Haaland, que tem sido – exceção ao Mundial2022, que ‘pertenceu’ a Lionel Messi – a grande figura da temporada 2022/23.
A formação de Simone Inzaghi, que se organiza invariavelmente em ‘3-5-2’, não tem as ‘estrelas’ do City, mas tem muitos jogadores de enorme qualidade, nomeadamente no ataque, onde o técnico italiano deverá apostar em Edin Dzeko e no argentino Lautaro Martínez e deixar o belga Romelu Lukaku de ‘prevenção’.
O setor defensivo também dá garantias, com Darmian, Acerbi (ou o neerlandês De Vrij) e Bastoni, à frente do camaronês Onana, num conjunto ainda com dois laterais ofensivos (o neerlandês Dumfries e Dimarco) e três médios ‘bons de bola’, casos do turco Çalhanoglu, do arménio Mkhitaryan e de Barella.
City ou Inter vão receber, caso vençam, 20 milhões no imediato a acumular com outros prémios e com as receitas ao longo da competição. Antes da final, é a cantora Anitta e o nigeriano Burna Boy a aquecer as bancadas. É também de esperar que a UEFA evite os erros que atrasaram o jogo na temporada passada.
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Percurso das duas equipas até à final
O percurso de Manchester City e Inter de Milão na Liga dos Campeões é triunfal, apesar de um ser mais cativante que o outro.
Os Citizens, com sede de conquista da prova, não têm qualquer derrota na presente edição e levam sete vitórias contra cinco empates. Depois do primeiro lugar no grupo H frente a Dortmund, Sevilha e Copenhaga, as fases a eliminar resultaram num 8-1 ao Leipzig e depois num 4-1 ao Bayern de Munique. Por fim, frente ao Real Madrid, foi um surpreendente 5-1, que retirou todas as dúvidas.
Os Nerazzurri ficaram em segundo lugar no grupo C frente a Bayern de Munique, Barcelona e Viktoria Plzen e esta edição levam duas derrotas precisamente contra os Bávaros. O número de empates é superior (três). O resto foi só vitórias num caminho a eliminar que começou frente ao FC Porto (1-0), depois Benfica (5-3) e por fim AC Milan (3-0).
Antevisão dos protagonistas
Pep Guardiola, treinador do Manchester City: "Sabemos o quão importante é esta competição. Eu não controlo a opinião das pessoas, só me foco no que temos de fazer. Vi o máximo de jogos do Inter que consegui para perceber o que temos de fazer. No final, é só um jogo"
Simone Inzaghi, treinador do Inter de Milão: "Agora estamos focados nisto, vamos lutar centímetro a centímetro contra uma equipa muito forte"
Manchester City e Inter de Milão defrontam-se pela primeira vez na história este sábado a partir das 20h, com arbitragem do polaco Szymon Marciniak, o árbitro da final do Mundial2022. Acompanhe o jogo, AO MINUTO, aqui!
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