O treinador do Borussia Dortmund, Thomas Tuchel, criticou hoje a UEFA por ter obrigado os seus futebolistas a disputarem um jogo da Liga dos Campeões, menos de 24 horas depois de terem sido alvo de um atentado terrorista.
“Depois de um ataque, teríamos gostado de ter mais tempo para digerir o que aconteceu. E não nos deram tempo. Disseram-nos: amanhã têm de jogar”, denunciou o técnico após a derrota por 3-2 da sua equipa com o Mónaco, na primeira mão dos quartos de final da ‘Champions’.
Thomas Tuchel, que seguia no autocarro que foi alvo de um atentado terrorista na tarde de terça-feira, confessou que ele e os seus jogadores se sentiram ignorados.
“Ninguém nos perguntou a nossa opinião, decidiram isto na UEFA, na [sede na] Suíça. Minutos depois do ataque, disseram-nos que tínhamos de jogar, como se tivessem atirado uma caneca de cerveja contra o autocarro”, lamentou.
A UEFA decidiu na noite de terça-feira suspender o jogo, inicialmente marcado para as 20:45 horas locais (19:45 em Lisboa), e remarcá-lo para hoje, menos de 24 horas depois do ataque.
“É um sonho nosso jogar uma meia-final da Liga dos Campeões, queríamos jogar ao nosso melhor nível, sermos competitivos”, assumiu o treinador do Dortmund, indicando que deu a possibilidade aos seus futebolistas de não jogarem hoje, uma hipótese que todos recusaram.
O jogo da primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões entre os alemães e o Mónaco, que acabou com a vitória dos franceses por 3-2, foi hoje disputado entre fortes medidas de segurança, depois de, na terça-feira, o autocarro do Dortmund ter sido atingido por três explosões.
O ataque ocorreu pelas 19:15 hora local (18:15 em Lisboa), quando três engenhos explodiram à passagem do autocarro do Borussia Dortmund, quando a equipa saía da unidade hoteleira onde esteve concentrada rumo ao estádio.
O único jogador ferido foi o espanhol Marc Bartra, operado esta noite num hospital de Dortmund devido a uma lesão no pulso direito.
Também ficou ferido um polícia que acompanhava, de moto, o autocarro.
A justiça alemã informou hoje que o ataque contra o autocarro do Borussia Dortmund está a ser investigado como um "atentado terrorista" com "motivações islâmicas", acrescentando que tem dois suspeitos e já deteve um deles.
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