O francês Didier Deschamps é o único campeão entre os 32 selecionadores que vão estar no Mundial2022 de futebol, além de ser um de três na história da prova a vencê-la como técnico e como jogador.

A caminho do terceiro Mundial consecutivo no leme da França, o antigo internacional gaulês, de 54 anos, chega ao Qatar como detentor do troféu, vencido na Rússia, em 2018, numa final diante da Croácia (4-2), depois de em 2014 ter visto os ‘bleus’ caírem nos quartos de final, aos ‘pés’ da Alemanha (1-0), que viria a sagrar-se campeã.

Deschamps, que como médio se notabilizou, sobretudo, ao serviço de Nantes, Marselha e Juventus, e passou ainda por Bordéus, Chelsea e Valência, participou num Mundial como jogador, em 1998, e foi ele a levantar a taça de campeão no dia 12 de julho desse ano, como ‘capitão’ de equipa, em casa, no Stade de France, depois do triunfo sobre o Brasil (3-0).

De resto, é apenas um de três treinadores a conseguirem o feito de serem campeões mundiais como jogador e técnico: o brasileiro Mário Zagallo conseguiu-o em 1958 e 1962 como futebolista, e em 1970 como selecionador da 'canarinha', e Franz Beckenbauer conduziu a Alemanha ao triunfo no Mundial de 1990, após ter vencido a competição como jogador da 'mannschaft' em 1974.

Sendo a seleção gaulesa uma das crónicas candidatas à vitória na prova, certamente que Deschamps não poderá deixar de ter em mente uma ‘marca’ que apenas um técnico alcançou na história do futebol e há mais de 80 anos.

Em 21 edições de campeonatos do mundo, só o já falecido Vittorio Pozzo conseguiu a proeza de vencer duas competições com a mesma seleção, no caso a ‘sua’ Itália, em 1934, em ‘casa’, e em 1938, em França.

Com 12 jogos como selecionador em fases finais de mundiais, Deschamps lidera entre os 32 presentes no Qatar, logo seguido pelo português Carlos Queiroz, que conta 10 partidas, divididas pelas últimas três edições: quatro com Portugal (2010) e seis pelo Irão (três em 2014 e outras tantas em 2018), seleção que vai comandar novamente no Mundial2022.

O ‘pódio’ fica completo com outro luso, Fernando Santos, o atual selecionador nacional, que soma oito encontros em mundiais, quatro com a Grécia, em 2014, e igual número com Portugal, em 2018. Em ambas as edições, passou a fase de grupos, mas acabou eliminado nos oitavos de final, contabilizando duas vitórias, quatro empates e duas derrotas.

Com sete encontros surgem cinco técnicos, sendo que apenas o colombiano Luis Fernando Suárez, que vai liderar a Costa Rica, precisou de duas fases finais para alcançar o número, com Equador, em 2006, e Honduras, em 2014.

Aos restantes quatro bastou-lhes uma edição para atingir aquela marca e todos chegaram aos derradeiros dias de um Mundial, ou seja pelo menos às meias-finais, o que lhes permitiu disputar a final ou o jogo de ‘consolação’.

O experiente Louis van Gaal, pela terceira vez ao ‘leme’ dos Países Baixos, alcançou o último lugar do pódio em 2014, sem qualquer derrota, sendo apenas eliminado no desempate por grandes penalidades com a Argentina, nas meias-finais.

Já Zlatko Dalic, conduziu a Croácia à decisão do Mundial2018 e sagrou-se vice-campeão, perdendo somente o jogo decisivo, com a França, numa edição em que Gareth Southgate (Inglaterra) e Roberto Martínez (Bélgica) foram afastados por croatas e franceses, respetivamente, e defrontaram-se pelo terceiro posto, com triunfo para os belgas.

A 22.ª edição do Campeonato do Mundo realiza-se entre 20 de novembro e 18 de dezembro, no Qatar.