A amizade de Fernando Santos e Carlos Queiroz vai ser ‘suspensa’ na segunda-feira, quando as suas seleções, Portugal e Irão, se defrontarem em Saransk, em busca de um lugar nos oitavos de final do Mundial2018 de futebol.
“Queiroz é meu colega e amigo há 35 anos. Somos e vamos continuar a ser amigos. Amanhã é que não, a amizade fica de lado”, afirmou o selecionador de Portugal, na antevisão do jogo da terceira jornada do Grupo B do Mundial que decorre na Rússia.
“Há 35 anos eu era jogador e ele treinador (adjunto de Mário Wilson no Estoril). Ele trabalhava e dava aulas. Eu era engenheiro, por vezes víamo-nos no comboio porque não podíamos viajar com a equipa. Falávamos muito de futebol. Amanhã o meu colega vai defender o Irão, não tenho dúvidas nenhumas, porque ele é um grande profissional”, vincou Santos.
Questionado sobre o sentimento de defrontar a seleção do seu próprio país, Fernando Santos lembrou o tempo em que dirigiu a Grécia frente a Portugal, num particular em Lisboa (0-0) quando a formação das ‘quinas’, orientada por Paulo Bento, preparava o Mundial2014 do Brasil.
“Cada um sente à sua maneira. Eu do outro lado queria ganhar. Fiz um jogo particular, no entanto, claramente, queria vencer. Somos profissionais, os países não contam nesse aspeto”, vincou, atestando o empenho de Queiroz segunda-feira em Saransk.
Queiroz pôs toda a responsabilidade sobre Portugal – “eles têm tudo a perder e nós apenas a ganhar” – porém Fernando Santos rejeita esse tipo de pressão, recordando que ambos os oponentes jogam coisas importantes.
“As duas equipas têm a perder e a ganhar. É jogo para passar aos oitavos. As que não conseguirem, perdem. Se ganharem, ganham qualquer uma delas. Não há mais perder e mais ganhar”, sublinhou.
Entre outros argumentos, Queiroz lembrou sete ou oito futebolistas conhecidos a terem falhado um lugar nos 23 eleitos para o Mundial. Fernando Santos, não entrando nesse jogo, recordou as regras da FIFA e acrescentou dois nomes, Danilo, lesionado, e Ricardo Carvalho, que já não joga.
Fernando Santos lembrou que o desafio não vai ser entre selecionadores nem entre Cristiano Ronaldo e outra equipa, mas “um jogo entre dois opositores fortíssimos”.
Instado, novamente, a falar do videoárbitro, o selecionador disse que houve “dois lances em que poderia ter agido contra a Espanha” e não o fez, entendendo que os lusos também foram prejudicados contra Marrocos.
“Os árbitros procuram ser isentos e o VAR também. Portugal e o Irão, com toda a capacidade que tem demonstrado, vão ter um jogo extremamente difícil. Temos de ser competitivos e totalmente focados. É a chave para o jogo”, concluiu.
Portugal e Espanha lideram o grupo B com quatro pontos, enquanto o Irão de Carlos Queiroz tem três, e Marrocos, já afastado, ainda não pontuou.
Portugal e Irão defrontam-se na segunda-feira na Arena Saransk às 21:00 (19:00 em Lisboa), em partida dirigida pelo árbitro paraguaio Enrique Cáceres.
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