A Argentina está nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo. Di María fez o único golo da partida aos 119 minutos, com assistência de Messi. A equipa sul-americana esteve desinspirada na Arena Corinthians, mas conseguiu resolver o jogo quando já todos esperavam pelas grandes penalidades.

A partida começou morna em São Paulo. Os astros das “pampas” jogavam de forma estranhamente calculista, mais preocupados com a ocupação dos espaços do que com a criação de oportunidades.

O primeiro momento de algum perigo foi para os helvéticos, com um remate de Xhaka a passe de Shaqiri a causar os primeiros problemas a Romero. Oportunidade desperdiçada, mas aviso deixado aos argentinos: a Suíça não estava em São Paulo só para “picar o ponto”.

A ligação benfiquista quase deu frutos logo de seguida. Di María bate um canto traiçoeiro e Garay não cabeceia “por um bocadinho assim”. Não chegou a ser um remate, mas foi a melhor oportunidade para a Argentina no primeiro tempo.

Do outro lado, a Suíça voltou a desperdiçar uma oportunidade de ouro aos 38’, por culpa de Drmić. O avançado suíço ficou isolado na cara de Romero e arriscou um golo de belo efeito, mas a tentativa de chapéu foi isso mesmo: uma tentativa.

A história da primeira parte não exige mais palavras, já que nem Messi conseguia criar espetáculo em São Paulo. A Suíça demonstrava um trabalho de casa bem feito, com muitos elementos no centro do terreno e pouco espaço para explorar.

Com Messi e Higuaín quase desaparecidos até então, era Marcos Rojo quem ia criando algum perigo para a Argentina no arranque da segunda parte. O sportinguista, mais uma vez em destaque na ala esquerda argentina, faz um excelente cruzamento aos 62’ e vê Higuaín cabecear para uma boa defesa de Benaglio.

A Argentina ia crescendo no jogo, mas a ineficácia no último terço do terreno mantinha-se. Lionel Messi ainda se aproximou do golo, com um remate por cima da baliza aos 67’ e um “tiro” para grande defesa de Benaglio aos 78’, mas o nulo teimou até ao final do tempo regulamentar.

Mais um prolongamento na agenda do Mundial e mais do mesmo: a Argentina tinha mais bola, mas falhava na finalização. Com muito mérito, a Suíça ia evitando o golo argentino (Mehmedi parecia ocupar todo o meio-campo), mas só Shaqiri mostrava capacidade para consolidar a surpresa.

Di María quase resolvia o jogo aos 109 minutos, com um remate ao canto superior direito a ser negado por mais uma excelente defesa de Benaglio. A grande exibição do guardião helvético segurou o 0-0 até ao fim do tempo complementar parecia garantir o desempate por grandes penalidades, mas o ex-Benfica conseguiu mesmo o golo da vitória nove minutos depois.

Depois de quase 120 minutos de pouca qualidade, a magia do futebol chegou ao Itaquerão com uma jogada muito bem construída pela seleção das “pampas”. Messi arranca do flanco esquerdo para o centro e assiste Di María, que finaliza com classe, sem hipóteses para Benaglio.

A Suíça deu o “tudo-por-tudo” nos momentos finais e ainda teve duas oportunidades para empatar. Primeiro foi Dzemaili, com todos os jogadores suíços na grande área argentina, a cabecear ao poste, com a bola a bater nas pernas e sair, já com Romero batido. Já depois dos 120+3 minutos programados, a Suíça conquistou um livre à entrada da área mas Shaqiri atirou contra a barreira.

A Argentina está nos quartos-de-final e vai defrontar o vencedor da partida entre a Bélgica e os Estados Unidos da América.