Continuam as buscas para encontrar o avião que transportava o jogador argentino Emiliano Sala para Cardiff. As buscas foram retomadas esta quinta-feira pelos serviços de resgate de Guernsey, no Canal da Mancha, onde o avião Piper Malibu deixou de comunicar com a torre de controle por volta das 20h00 de segunda-feira, depois de ter pedido para baixar de altitude, dos 1500 para os 700 pés, numa altura em que chovia com alguma intensidade.

As buscas estão concentradas na zona de Alderney, uma ilha a norte de Guernesey. O Piper PA-46 terá desaparecido dos radares numa área que fica 24 km a norte de Guernesey. É provável que tenha voado mais três ou quatro quilómetros na direção em que seguiam, para Cardiff.

A opção de atravessar o Canal da Mancha num avião de pequenas dimensões, à noite e com as condições climatéricas nada favoráveis foi criticada por diversos especialistas de aviação. O argentino Jorge Polanco, comandante e consultor aeronáutico, disse ao 'TyC Sports' que a viagem não devia ter sido realizada.

"Atravessar o Canal de Mancha com um monomotor, de noite e com mau tempo, é uma loucura. Um avião destes não está preparado para voar em más condições. É como voar na Antártida durante o inverno. Um avião deste tamanho pode sofrer um enregelamento e o motor pode parar. Seguramente, foi algo do género que ocorreu", sublinhou.

No último contacto entre o piloto a torre de controle, o inglês David Ibbotson, que pilotava a aeronave, pediu para baixar dos 1500 para os 700 pés, antes do avião desaparecer do radar. Carlo Rinzelli, analista aeronáutico, sublinha que esta opção poderá ser explicada se o avião tiver acumulado gelo nas asas ou nas pás da hélice e queria ter uma temperatura mais alta. A outra hipótese prende-se com a chuva que caia com alguma intensidade nessa noite, pelo que o piloto optou por voar mais baixo para ter mais visibilidade.

As autoridades inglesas continuam com as buscas e avançam para quatro cenários sobre o que terá acontecido com o avião que transportava Emiliano Sala, avançado argentino de 28 anos que ia fazer o seu primeiro treino no Cardiff, depois de ter deixado o Nantes, de França.

Polícia acredita que Sala pode estar vivo e avança com quatro cenários sobre desaparecimento do avião que transportava o futebolista
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"Hipótese um, aterraram nalgum lado mas ainda não conseguiram fazer contacto. Hipótese dois, aterraram na água, foram socorridos por um navio mas ainda não conseguiram retomar contacto. Hipótese três, aterraram na água e conseguiram entrar no bote salva-vidas que estava a bordo do avião. Hipótese quatro, o avião quebrou em contacto com a água e deixou-os à deriva no mar", escreveu a polícia de Guernsey.

Sala, que estava no Nantes desde 2015 e que esta época marcou 13 golos em 21 jogos pela equipa francesa, tinha acabado de assinar contrato com o Cardiff, equipa da Primeira Liga inglesa.

Na sua carreira, o jogador passou pelo clube português do FC Crato, dos campeonatos distritais, antes de seguir para França, onde representou o Bordéus, o Orléans, Chamois Niortais, Caen e Nantes.