Os clubes ingleses gastaram um total de 490 milhões de euros em transferências de jogadores no mercado de inverno num recorde absoluto na Premier League segundo revelou um consultor da Deloitte à Agência France Press.

A necessidade de reforçar os respectivos planteis de forma a garantir uma presença lucrativa na Liga dos Campeões 'obrigou' os clubes da Premier League a duplicar os investimentos na janela de transferências de inverno em comparação com o anterior recorde de gastos nesta fase da época, que se situava nos 257 milhões de euros.

De acordo com os dados de uma análise da Deloitte, o investimento feito no último dia do mercado de transferências de inverno simbolizou ainda outro recorde para os emblemas da Premier League que gastaram um total de 172 milhões de euros, e a tendência é para aumentar afirmou Dan Jones, um consultor da Deloitte.

Segundo Dan Jones, o forte investimento dos clubes ingleses no mercado de transferências nos últimos anos é uma tendência que tem vindo a aumentar com os valores gastos a marcarem um recorde histórico de 1,9 mil milhões de euros, ultrapassando o recorde da época anterior que se situava nos 1,4 mil milhões de euros.

"Os clubes da Premier Leaguea proveitaram a oportunidade para refrescarem os respectivos planteis no mês de janeiro antes da fase decisiva da época", afirmou Dan Jones à AFP.

Cerca de dois terços dos gastos em transferências foram realizados pelos primeiros seis classificados da Premier League, sendo que os gastos dos últimos seis classificados da Premier League representam um quinto do valor total investido pelos clube ingleses em contratações.

E se os 'grandes clubes' gastam no mercado de inverno de forma a equilibrar os respectivos plantéis, já os clubes do 'fundo da tabela' fazem também fortes investimentos para evitar a descida de divisão.

"O nível competitivo na Premier League pelos primeiros quatro lugares é tão elevado, assim como a luta pelos lugares europeus, que os os clubes estão na disposição de arriscar uma estratégia de investimento mais contida durante o verão para depois realizar fortes investimentos no inverno e assim ganhar vantagem a meio da época", afirmou Dan Jones.

O consultor da Deloitte destacou ainda o crescimento das receitas provenientes de clubes estrangeiros na sequência da venda de jogadores da Premier League, e deu o exemplo da venda de Philippe Coutinho e Diego Costa para o Barcelona e Atlético Madrid, respectivamente, neste mercado de inverno, que gerou um total de 211 milhões de euros, mas também as chegadas de Aubameyang e Laporte por um total de 128,75 milhões de euros.

O médio brasileiro Coutinho saiu do Liverpool para rumar ao Barcelona depois de cinco épocas em Anfield Road enquanto que o Chelsea vendeu Diego Costa para o Atlético Madrid. Já o Manchester City gastou 65 milhões de euros na contratação de Aymeric Laport enquanto o Arsenal gastou 63,75 milhões de euros na aquisição de Aubameyang.

Já o Liverpool garantiu a contratação de Virgil van Dijk ao Southampton por 78,8 milhões de euros enquanto que uma das transferências mais sonantes do mercado acabou por se dar entre Manchester United e Arsenal com a troca direta de Alexis Sanchez por Henrikh Mkhitaryan.

A última janela de transferências de inverno marcou um novo recorde na venda de jogadores, com os negócios a rondar os 388 milhões de euros e os custos associados às transferências a rondar os 102 milhões de euros.

"Enquanto assistimos a mais um recorde de transferências na Premier League, os gastos dos clubes ingleses vão continuar dentro das suas possibilidades dentro do contexto das receitas geradas", afirmou Jones.

"O total de cerca de 862 milhões de euros gastos pelos clubes ingleses na época 2017/2018 representa apenas 17 por cento das previsões de receitas geradas pela Premier League, em está em linha com a média dos últimos 15 anos, desde que se abriu uma janela de transferências em janeiro em 2003. Os investimentos dos clubes tem vindo a aumentar em proporção com o crescimento geral do negócio do futebol", sentenciou Dan Jones.