No sábado, a partir das 20:30, vive-se mais um capítulo do clássico, num momento em que o FC Porto lidera apenas por um ponto, numa época em que chegou a ter sete, na pior fase do Benfica e que levou no início de janeiro ao despedimento de Rui Vitória.

A entrada de Bruno Lage, treinador promovido da equipa B, 'empurrou' o Benfica para oito vitórias consecutivas no campeonato, num mesmo período em que o FC Porto consentiu três empates (Sporting, Vitória de Guimarães e Moreirense).

O único desaire do Benfica de Lage surgiu precisamente com o FC Porto, mas nas meias-finais da Taça da Liga, em Braga, com os 'encarnados' a perderem por 3-1, num jogo polémico em matéria de arbitragem.

A era cinzenta de Rui Vitória

Desde o último clássico entre o FC Porto e o Benfica, na Luz, à 7.ª jornada, ainda com Rui Vitória no comando técnico, e que terminou com o triunfo dos encarnados, as duas equipas seguiram caminhos algo distintos.

Logo de seguida ao clássico da Luz, o Benfica sofreu duas derrotas consecutivas para o campeonato, primeiro fora com o Belenenses por 2-0, depois em casa com o Moreirense (3-1), numa altura em que as coisas começavam a apertar para o treinador Rui Vitória. Situação que acabou por ser salva pela seguinte série de bons resultados: vitórias diante do Tondela (3-1), Feirense (4-0), Vitória de Setúbal (1-0), Marítimo (1-0), Braga (6-2) e Portimonense (2-0), este que acabaria por ser, mesmo assim, o último jogo de Rui Vitória no comando técnico do Benfica, no dia 02 de janeiro. Porém, as fracas exibições e a eliminação da Liga dos Campeões fizeram com que presidente Luís Filipe Vieira transferisse Bruno Lage, treinador da equipa B, para a formação principal.

Abram alas para a máquina goleadora, conduzida por Bruno Lage

E a partir daqui, os adeptos passaram a conhecer um novo Benfica. Nas primeiras 15 jornadas da I Liga, e sob o comando técnico de Rui Vitória, o Benfica marcou 31 golos. Com Lage, chegou aos 33 em apenas oito partidas.

Desde a sua chegada, Bruno Lage apresenta um currículo invejável, que passamos agora a mostrar:

Benfica 4-2 Rio Ave (16ª jornada)
Santa Clara 0-2 Benfica (17ª jornada)
Vitória de Guimarães 0-1 Benfica (18ª jornada)
Benfica 5-1 Boavista (19ª jornada)
Sporting 2-4 Benfica (20ª jornada)
Benfica 10-0 Nacional (21ª jornada)
Aves 0-3 Benfica (22ª jornada)
Benfica 4-0 Chaves (23ª jornada)

Com o 4-0 aplicado ao Chaves, esta segunda-feira, o Benfica passou a somar um total de 64 golos em 23 jogos para o campeonato. A equipa de Bruno Lage não só detém o melhor ataque da prova, como apresenta agora o melhor registo de golos do século XXI.

Desde a época 1983/84 que uma equipa não marcava tantos golos para a I Liga em 23 jornadas. Curiosamente a melhor marca pertence igualmente à formação 'encarnada', que há 35 anos chegou aos 72 golos em 23 jogos.

Contudo, a equipa dos encarnados teve duas manchas - uma muito mais negra do que a outra -, ambas fora do campeonato português, sendo essas a eliminação da final four da Taça da Liga, pelo adversário de sábado, o FC Porto ao perder por 3-1, no Estádio Municipal de Braga. Ainda, na Liga Europa, depois da vitória por 2-1 em Istambul, o Benfica acabou por empatar (0-0) com o Galatasaray, que valeu, mesmo assim, a passagem da formação lisboeta para a fase seguinte.

Benfica antecipa renovação de contrato de Bruno Lage
Benfica antecipa renovação de contrato de Bruno Lage
Ver artigo

Para o clássico de domingo, no Dragão, Bruno Lage tem um enigma para resolver: se mantém o jovem Florentino no meio-campo, juntamente com o brasileiro Gabriel, ou se faz regressar Samaris, utilizado a central na ausência de Ferro, expulso na 22.ª ronda.

O treinador benfiquista voltará a ter disponível Ferro, o central que foi buscar à equipa B após as lesões de Jardel e Conti, bem como o lateral direito André Almeida, que falhou a goleada ao Desportivo de Chaves (4-0), na segunda-feira, para cumprir a penalização a um quinto amarelo.

Notícia originalmente publicada a 28 de fevereiro