Vítor Bruno deixou o comando técnico do FC Porto seis meses depois de ter sido apresentado como uma aposta do presidente André Villas-Boas para substituir Sérgio Conceição. Os dragões comunicaram, durante a madrugada, a saída do técnico que tinha contrato até 2026.

No exterior do Estádio do Dragão, dezenas de adeptos festejaram a decisão do dirigente portista, depois de semanas descontentes com a postura do treinador que agora não resistiu a uma série de maus resultados do emblema azul e branco.

Vítor Bruno tinha sido o eleito para suceder a Sérgio Conceição no banco portista, no início da presente temporada, tendo somado 29 jogos, 18 vitórias, 3 empates e 8 derrotas. A época até começou bem com a conquista da Supertaça (vitória sobre o Sporting (4-3, após prolongamento). No entanto, novembro marcou um ponto de viragem. Uma série de quatro jogos consecutivos sem qualquer triunfo - derrotas com Lazio (1-2, para a Liga Europa), Benfica (1-4, para a Liga) e Moreirense (1-2, para a Taça de Portugal, e empate com o Anderlecht (2-2, para a Liga Europa) deixaram o treinador numa posição fragilizada.

Em dezembro, o FC Porto conseguiu estabilizar após contabilizar cinco triunfos e um empate. Mas o início de 2025 foi decisivo para definir o destino de Vítor Bruno. Após três derrotas consecutivas - Sporting (0-1, nas meias-finais da Taça da Liga), Nacional (0-2) e Gil Vicente (1-3), ambos para a Liga, Vítor Bruno ‘caiu’.

Pinto da Costa fez 'estalar o chicote' várias vezes

Na história do FC Porto foram várias as ‘chicotadas’ sonantes na era de Jorge Nuno Pinto da Costa.

Quinito foi a vítima da primeira chicotada psicológica do FC Porto com Pinto da Costa na presidência. O técnico chegou às Antas em 1988/89, após uma boa época com Tomislav Ivic no comando. Mas, nessa época os portistas fizeram uma temporada desastrosa e não conquistaram nada.

Artur Jorge foi um treinador que marcou muito o FC Porto depois de ter conquistado a Taça dos Campeões Europeus. A segunda passagem pelo comando técnico portista aconteceu quando assumiu a equipa após o fracasso de Quinito, mas a relação acabou em 1991, após uma época que ficou aquém das expectativas.

Carlos Alberto Silva conquistou dois títulos ao serviço do FC Porto mas cedo se começou perceber que o contrato de dois anos que tinha assinado não seria prorrogado. Pouco tempo depois, Pinto da Costa anunciou "problemas familiares" para a não continuidade do brasileiro.

Após a grande época de Ivic, em 1987/88, o técnico croata regressou ao FC Porto depois da saída de Carlos Alberto Silva.  Mas esse regresso não correu da melhor forma.

Bobby Robson ainda hoje é um treinador recordado com carinho pela família portista. Entrou para o lugar de Tomislav Ivic a meio da época 1993/94. As duas épocas que iniciou valeram dois títulos de campeão nacional, mesmo com uma doença grave a criar-lhe problemas no início de 1995/96. O técnico saiu transferiu-se para o FC Barcelona, na companhia de José Mourinho, exigindo mais tarde o pagamento de verbas em atraso.

António Oliveira foi o obreiro de um "tri" para o FC Porto, algo que os dragões, até à época, nunca tinham concretizado. Mas no final da época de 1997/98 chegou ao fim de linha. A razão alegada pelo presidente para esta rutura foi uma doença grave de um filho de António Oliveira.
O “engenheiro do penta”, Fernando Santos, também conquistou o coração dos portistas. No entanto, e após falhar o “hexa” a relação chegou ao fim.

Seguiram-se ainda outras ‘chicotadas psicológicas’ como a de Otávio, Del Neri, Victor Fernandez, Lopetegui e Paulo Fonseca.
Pinto da Costa lançou uma cartada arriscada com a contratação de Sérgio Conceição mas que acabou por ser o treinador que mais tempo se manteve no comando da equipa portista.

A saída do treinador aconteceu pouco tempo depois da chegada de André Villas-Boas à presidência do FC Porto e num processo rodeado de várias polémicas. O atual técnico do Milan havia renovado o contrato ainda com Pinto da Costa no poder, mas com a mudança de nome da presidência esse acordo ficou sem efeito e o adjunto de Conceição foi o escolhido para o subsituir.