O presidente da Académica, José Eduardo Simões, mostrou hoje "profunda indignação" com a suspensão de 20 dias aplicada ao treinador da equipa Sérgio Conceição pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Para o líder do clube estudantil, que esta tarde deu uma conferência de imprensa para comentar o caso, trata-se de uma manifestação "de absoluta discricionariedade e injustiça da forma como o CD aplica as suas leis, com dois pesos e duas medidas".

"É inaceitável que Sérgio Conceição tenha sido expulso e apanhado 20 dias de suspensão com multa de 1.500 euros, quando atos semelhantes, e outros bem mais graves, de treinadores que entram aos pontapés pela cabine dos árbitros, que reiteradamente invadem o terreno de jogo e insultam árbitros, como já ouvi acontecer" não são punidos.

Segundo o presidente da Académica, "parece que em Portugal, no futebol, se encontrou um problema de mau comportamento e o bode expiatório é o Sérgio Conceição, o que é extraordinário".

O técnico da "Briosa" foi expulso no sábado, já perto do final do jogo com o Marítimo, da 28.ª jornada da I Liga de futebol, que os insulares venceram por 3-1, e devido ao castigo aplicado vai ficar fora do banco da equipa nos últimos dois jogos.

"Sérgio Conceição não tem sido malcriado, não faz mais nem menos, faz até bastante menos, do que muitos outros treinadores, e, contudo, o bode expiatório é que apanha com multas, castigos e suspensões", reagiu indignado José Eduardo Simões, que anunciou recurso à decisão do Conselho de Disciplina da FPF.

Sem citar nomes de outros treinadores, o presidente da Académica disse que basta analisar os jogos do campeonato transmitidos pela televisão ao longo da temporada para se saber quais são os treinadores "que se portam muito pior do que Sérgio Conceição e a quem nada acontece".

O líder do clube de Coimbra lembrou ainda que, muito recentemente, os treinadores Jorge Jesus, do Benfica, e Luís Castro, do FC Porto, foram expulsos e apanharam "zero dias de suspensão e 30 a 40 euros de multa".

"Isto é uma brincadeira, injustiça e ingratidão", sublinhou José Eduardo, salientando que a situação causou "desconforto e incómodo em Sérgio Conceição", que sozinho apanhou mais tempo de castigo do que todos os "técnicos das I e II ligas juntos".