O que se passa afinal com esta Liga depois do regresso após paragem devido à COVID-19? Em três jogos, o líder soma uma derrota, uma vitória e um empate. O Benfica empatou dois jogos e não seria surpresa se, esta quarta-feira, voltasse a marcar passo em Vila do Conde frente ao sempre complicado Rio Ave.

Veja o resumo da partida

Faltou poder de fogo à equipa de Sérgio Conceição, mas em relação ao volume de jogo ofensivo criado não se lhe pode apontar o dedo. Os dragões dispuseram de 23 remates, oito deles enquadrados, de acordo com o site Goal Point. Também a posse de bola acabou por ser avassaladora para o lado dos azuis e brancos: 79% contra 21%.

Leia a crónica da partida

No capítulo das grandes penalidades, o Dragão voltou a demonstrar um desacerto atroz para uma equipa que é candidata ao título. São já cinco as grandes penalidades falhadas pelos azuis e brancos esta temporada. Um estudo do CIES coloca mesmo o FC Porto com um dos piores registos da marca dos nove metros nos últimos três anos.

O Aves parecia ser o adversário à medida: A equipa de Nuno Manta Santos já não vencia há sete partidas e somava cinco derrotas nos últimos cinco encontros.

Abdicando de atacar, com excepção da primeira meia hora da partida, os avenses deixaram o FC Porto tomar conta do jogo, mas sem abrir espaços lá atrás. Apesar de um enorme pendor ofensivo, os visitantes tiveram quase sempre muita dificuldade em tomar as melhores decisões no último terço.

Assente numa linha de cinco, o Aves tentava assim estancar o poder de fogo do líder. Já Conceição, fez várias trocas no onze em relação ao último encontro. Danilo e Marega sentaram-se no banco, com a aposta na juventude traduzida na estreia de Tomás Esteves a titular.

O colombiano Luiz Diaz assumiu-se como o abre-latas para tentar desbloquear o bloco do adversário, juntamente com Corona e Otávio.

À passagem do minuto 20, o FC Porto dispôs de uma grande penalidade. Parecia que o Dragão ia sorrir, mas Zé Luís não conseguiu bater Fabio Szymonek que foi mesmo a figura do encontro.

Até ao intervalo, os azuis e brancos só por uma vez tiveram novamente o golo à disposição, num cabeceamento de Pepe após um canto, que saiu caprichosamente por cima.

Ciente da responsabilidade de ter que somar os três pontos, a dinâmica portista acentuou-se na segunda parte. Luis Diaz teve o golo nos pés num remate cruzado, valendo a intervenção do guardião do Aves.

Conceição apontou as setas à baliza, com Soares, Marega e Aboubakar, mas faltou inspiração para marcar um só golo ao aguerrido Aves.

Momento

Só poderia ser o momento 20´. O avançado de um lado, com o poder na ponta da bota. Do outro lado o guardião, com a esperança na ponta das luvas perante a largueza da dificuldade. Forças desiguais, mas foi o guarda-redes do Aves que acabou por levar a melhor e impedir o golo portista.

Melhores

Fábio Szymonek

Começou por defender a grande penalidade apontada por Zé Luís. Na segunda parte teve várias defesas importantes que permitiram ao Aves segurar um precioso ponto contra o líder do campeonato.

Luis Díaz

Endiabrado, irrequieto, capacidade para romper e furar perante a muralha do Aves. Acabou por ser um esforço inglório. Já aos da frente faltou inspiração para acompanhar o colombiano.

Reações

Conceição: "Se o Aves joga com esta agressividade o campeonato todo fica na I Liga"

Nuno Manta: "Tivemos alguma felicidade"