A vitória do Benfica na noite deste sábado em Setúbal foi arrancada a ferros e a equipa de Rui Vitória muito deve a Raúl Jiménez. O mexicano foi o autor dos dois golos dos ‘encarnados’ que começaram a perder bem cedo na partida fruto de um golo de Costinha. A conquista dos três pontos aumenta para quatro a vantagem sobre o FC Porto que joga este domingo frente ao Desportivo das Aves. Aconteça o que acontecer no jogo de amanhã no Dragão o Benfica entra como líder no clássico da próxima semana no estádio da Luz precisamente contra os ‘dragões’.
O jogo: Lesão de Jonas no aquecimento obrigou Vitória a mudanças
Rui Vitória não pôde contar com Jonas no onze inicial e o encontro não podia ter começado de pior maneira para o Benfica. Estavam decorridos três minutos de jogo quando Costinha deu a vantagem aos sadinos.
O golo madrugador do Vitória de Setúbal não caiu muito bem ao Benfica que sentiu muitas dificuldades para construir jogo e a ausência de Jonas, um elemento mais móvel, também não ajudou na busca pelo golo da igualdade.
O Benfica mostrava alguma intranquilidade e incapacidade de abrir linhas de passe na defensiva adversária, mas os encarnados sabiam que não podiam escorregar na jornada que antecede o Clássico com o FC Porto.
E numa jogada em que a equipa de José Couceiro mostrou alguma passividade, os encarnados marcaram o golo do empate. A equipa sadina não se foi abaixo com o golo sofrido e entrou na segunda parte com vontade de se colocar de novo em vantagem. Mas quando chegavam a zonas de finalização os jogadores sadinos pareciam ficar nervosos e não conseguiam colocar a bola na baliza de Bruno Varela, ele que regressou a um campo que bem conhece.
O Benfica voltou a mostrar algum desacerto ofensivo e era preciso algo de diferente no jogo e foi então que Rui Vitória decidiu mudar o esquema tático. Lançou na partida o suíço Seferovic, desfazendo o 4-3-3 e voltou às origens, com o 4-4-2. O sacrificado foi Rafa que fez um jogo uns furos abaixo do que tem feito nas últimas partidas. O Vitória manteve uma equipa muito coesa que não cometia muito erros defensivos e que até foi criando algumas oportunidades que podiam ter causado muitos problemas ao Benfica.
Rui Vitória continuava descontente com o rendimento da equipa e decidiu arriscar por completo para ir à procura do golo que desse os três pontos à sua equipa. Grimaldo saiu para entrada de Salvio e Cervi recuou para a posição do espanhol. Zivkovic, que já jogava nos flancos depois da saída de Rafa Silva teve de mudar para o lado esquerdo.
Com a entrada de Salvio, o Benfica começou a esticar mais o jogo, mas mesmo assim não conseguia criar oportunidades. Na parte final do encontro o Vitória de Setúbal já procurava mais garantir a conquista do precioso ponto na luta pela manutenção do principal escalão do futebol português do que arriscar em marcar um golo.
Salvio um dos mais inconformados desde que entrou nos minutos finais da partida. E foi precisamente com uma jogada do argentino já no período de descontos que os encarnados garantiram os três pontos. O camisola oito entrou na área sadina e foi puxado na camisola por Luís Felipe. Chamado a converter, Jiménez não vacilou e marcou o golo naquela que foi uma vitória arrancada a ferros.
Momento-chave: A grande penalidade marcada por Jiménez que deitou abaixo o Bonfim
Depois de uma boa imagem deixada durante os noventa minutos, com uma grande correção a nível defensivo e bons momentos no ataque, o Vitória de Setúbal meteu água nos minutos finais da partida. Luís Felipe cometeu falta sobre Salvio em cima do minuto 90. Chamado a marcar, Jiménez não falhou e o golo deixou em euforia os milhares de adeptos do Benfica que se encontravam no estádio do Bonfim.
Polémica: Dois golos anulados e queixas devido a um penálti por marcar
Edinho marcou o segundo golo do Vitória de Setúbal aos 39 minutos, mas o lance acabaria por ser anulado por fora de jogo de Costinha. Aos 64 minutos os jogadores do Vitória de Setúbal queixaram-se de uma grande penalidade. André Pereira cai na área com Jardel, mas Luís Godinho assinala falta do avançado do Vitória de Setúbal, o que motivou muitas queixas dos adeptos sadinos. Em cima do apito final, Jardel viu-lhe um golo ser anulado também por posição irregular.
Os melhores
Jiménez: Herói da partida. Não era titular no onze ‘encarnado’ desde outubro do ano passado, mas isso não lhe tirou o sono. O habitual ‘bombeiro de serviço’ de Rui Vitória teve de entrar de início devido à lesão de Jonas, mas a fraca produção ofensiva dos colegas prejudicou-o. Quando o jogo acelerou, o mexicano disse ‘presente’ e marcou os dois golos que deram os três pontos ao Benfica.
Nuno Pinto: Grande jogo do capitão do Vitória de Setúbal. Cumpriu quase sempre bem nas tarefas defensivas e é dele o cruzamento milimétrico que colocou em vantagem a equipa da casa no início da partida. Uma lesão impediu-o de terminar a partida.
Costinha foi o autor do golo do Vitória de Setúbal e foram quase sempre dele as tentativas de sair em transição rápida para explorar as costas da defesa do Benfica. A ele junta-se o colega André Pereira, jogador emprestado pelo FC Porto, que foi uma autêntica dor de cabeça para a defensiva encarnada, arrancando faltas perigosas e desestabilizado o setor mais recuado do adversário.
Os piores
Fejsa e Pizzi não estiveram nos seus dias. O médio português esteve muito mal no critério do passe e o sérvio um pouco perdido nas suas funções, muito por causa da carga psicológica de não poder ver um cartão amarelo sob pena de falhar o jogo com o FC Porto. Rafa Silva também esteve muitos furos abaixo do rendimento que tem apresentado nos últimos jogos, apesar de ser dele a assistência para o primeiro de dois golos de Raul Jiménez. E a entrada de Seferovic em nada veio mudar o curso do jogo. O suíço quase não interveio no encontro – de registo apenas um fraco cabeceamento para as mãos de Cristiano – e esteve na partida desde os 66 minutos.
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