O Sporting somou na receção ao Famalicão os três pontos que estava obrigado a somar para seguir na peugada do FC Porto antes da visita da próxima jornada, já esta sexta-feira, ao Estádio do Dragão, naquele que é visto por muitos como o jogo do título da I Liga 21/22. Missão cumprida, portanto,frente a um adversário que costuma ser incómodo para os leões e a quem Rúben Amorim ainda não tinha ganho para o campeonato desde a chegada a Alvalade. Mas cumprida sem grande brilho.

Pressionado pelo facto de saber que o FC Porto tinha acabado de vencer em Arouca, o Sporting até entrou bem no jogo e marcou cedo, na sequência de uma grande penalidade concretizada por Pablo Sarabia (quarto jogo consecutivo a marcar para o espanhol), mas o golo que podia ter trazido tranquilidade lançou, em vez disso, o Sporting para uma primeira parte apática, onde procurou apenas gerir a vantagem madrugadora. Efetivamente, o remate de Sarabia para o golo no penálti foi mesmo o único dos verdes e brancos em toda a primeira parte.

A turma de Rúben Amorim pôs-se, assim, 'a jeito' perante um Famalicão que não teve problemas em pressionar alto os campeões nacionais e só saiu para o intervalo em vantagem porque António Adán brilhou a grande altura ao defender uma grande penalidade mesmo em cima do intervalo.

Os leões acusaram o toque e melhoraram um pouco na segunda parte. O suficiente, pelo menos, para mandarem no jogo até chegarem ao segundo golo (e que golo!), assinado por Matheus Reis, já depois de uma má notícia para os lados de Alvalade: Pedro Porro viu um cartão amarelo que o afasta do embate com o FC Porto (e Pedro Gonçalves saiu lesionado).

Conseguido esse segundo golo, aos poucos, o Sporting voltou à gestão (e apatia) do primeiro tempo, com o Famalicão a voltar a acercar-se da baliza leonina, mas sem conseguir marcar. E até houve tempo para Islam Slimani ter os seus primeiros minutos neste regresso a Alvalade, para alegria dos cerca de 25 mil adeptos presentes no estádio.

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O jogo: marcar cedo, adormecer, apanhar um susto, resolver e descansar

Com vários jogadores em risco de suspensão para a visita ao FC Porto, Rúben Amorim quis poupar ninguém e o Sporting entrou em campo com aquele que será neste momento o seu 'onze' mais forte. A equipa pareceu perceber a mensagem e marcou cedo. Paulinho foi derrubado por Marin dentro da grande área do Famalicão logo aos quatro minutos e Sarabia não perdoou, abrindo o ativo na conversão do consequente castigo máximo.

As ocasiões de golo escassearam a partir daí, com o Sporting adormecido e o Famalicão a tentar crescer, ao ponto de ficar à beira do empate. Já no período de descontos do primeiro tempo, após um livre estudado, com Ivo Rodrigues a lançar Pepê, o jogador famalicense acabou por ser derrubado por Porro e cair na área. Alertado pelo VAR, André Narciso, árbitro do encontro, foi ver as imagens e assinalou penálti. Só que, na conversão da grande penalidade, Banza viu Adán lançar-se para a esquerda e defender, segurando a vantagem leonina.

Os leões voltaram a acordar no início do segundo tempo. Sarabia deixou um primeiro aviso, Porro um segundo (já após ver o tal cartão amarelo) e Esgaio um terceiro, até que o 2-0 surgiu mesmo. Pontapé de canto cobrado por Sarabia e a bola sobrou para a entrada da grande área do Famalicão, onde Matheus Reis apareceu a rematar de primeira, de pé esquerdo, para um grande golo.

Depois disso, mais lances de perigo nem vê-los por parte do Sporting. O Famalicão ainda ameaçou por duas vezes, com Adán a voltar a brilhar num desses lances, mas os leões já tinham cumprido os serviços mínimos para somar mais três pontos.

O momento: Adán voa para esquerda e defende penálti em cima do intervalo

Minuto 45+5': Já com toda a gente a pensar no final do primeiro tempo e com a cabeça nos balneários, o Famalicão conquistou uma grande penalidade. Tudo poderia ter sido diferente se Banza tivesse convertido esse penálti, levando o jogo empatado para o intervalo, mas Adán tinha outras ideias. O espanhol adivinhou as intenções do avançado adversário, voou para a sua esquerda e segurou o 1-0. Foi determinante!

O melhor: Adán a transmitir segurança no Sporting e o regressado João Carlos Teixeira a espalhar classe no Famalicão

Adán voltou a mostrar a sua importância na equipa do Sporting e disse presente quando chamado a intervir. Não fosse ele e o desfecho do encontro podia muito bem ter sido outro. Se os leões voltaram a não sofrer golos, cinco jogos depois, devem agradecer ao guarda-redes espanhol. Já do lado do Famlicão brilhou um jogador que até chegou a passar pelos escalões de formação do Sporting e que está agora de volta a Portugal: João Carlos Teixeira voltou a Portugal e mostrou que a classe que lhe é reconhecida continua toda lá.

O pior: apenas um remate do Sporting na primeira parte

O Sporting, já o dissemos, cumpriu o mínimo necessário para levar de vencida o Famalicão. E isso foi por demais evidente nos primeiros 45 minutos, em que os leões só fizeram mesmo um remate (o de Sarabia, na transformação da grande penalidade que abriu o marcador aos seis minutos de jogo). Chegou para ir para o intervalo em vantagem, mas é pouco para um campeão nacional a jogar em casa frente a um adversário que luta pela permanência.

As reações

- Rúben Amorim diz que "faltou energia" ao Sporting mas sublinha justiça da vitória, Adán diz que teve "sorte" no penálti
- Treinador do Famalicão acredita na permanência, avançado Ivo Rodrigues fala em "resultado injusto"

O resumo

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