Pizzi e Everton Cebolinha, com um golo e uma assistência cada, foram os principais artífices do triunfo do Benfica em casa do Tondela, na 30.ª ronda da I Liga de Futebol. Um resultado que deixa tudo na mesma em relação ao FC Porto, equipa que venceu o Famalicão antes da deslocação à Luz.

A equipa de Jorge Jesus deixou o SC Braga a oito pontos na luta pelo 3.º posto e olha agora para o 2.º (ocupado pelos Dragões) que dá entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões. Uma vitória no clássico na próxima 5.ª feira reduzirá a desvantagem para apenas um ponto e relançará o Benfica nessa luta para as restantes três últimas rondas da I Liga.

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O jogo: resolver cedo não evitou calafrios

O Benfica foi da ameaça de goleada ao medo de sofrer um golo que pudesse relançar o jogo. A formação Encarnada mostrou duas caras no Estádio João Cardoso, conseguiu os três pontos, que eram o mais importante, mas voltou a evidenciar alguns problemas que marcaram a época: calafrios na defesa e desperdício na frente.

A entrada a 'matar' com uma sucessão de oportunidades, deixava antever que o Benfica iria golear o Tondela, numa casa onde a equipa do Distrito de Viseu só perdeu com os da parte de cima da tabela: Sporting, FC Porto, SC Braga e Vitória de Guimarães.

O 2-0 chegou cedo, aos 19', com os vice-campeões nacionais a criarem seis oportunidades de golo ainda antes dos primeiros 20 minutos da partida. A produção ofensiva dos Encarnados tinha o mérito de manter o Tondela longe da sua área, ao mesmo tempo que a confiança crescia nos homens da frente, onde reinava a criatividade e alguma nota artística Pizzi e Everton Cebolinha foram os principais destaques, mas também Grimaldo, que combinou bem com o extremo brasileiro na esquerda, local de onde partiram os golos do Benfica.

O Tondela sentia dificuldades em ter bola, dada a forte pressão do Benfica. Mesmo que Jesus tenha passado do 3-4-3 para regressar ao 4-4-2, o Benfica continuava com as mesmas dinâmicas, com os extremos muito envolvidos no processo defensivo, a juntarem-se a Pizzi e Gabriel no centro.

Cedo o Benfica começou a gerir o jogo e aí pagou a fatura. Se calhar já a pensar no duelo com o FC Porto da próxima quinta-feira, a equipa 'dormiu' em cima da 'almofada' dos dois golos e só não sofreu porque Helton Leite voltou a estar em grande. O guardião brasileiro travou um duelo curioso com o avançado Mário González e venceu sempre, negando o golo ao atacante espanhol em três ocasiões.

As entradas de Chiquinho e Pedrinho ajudaram o Benfica a controlar melhor o jogo com bola, depois da reação da equipa de Pako Aysterán, que só não chegou ao golo dada a falta de eficácia de Mário González. Um golo que relançaria a equipa na discussão do resultado e que poderia incomodar o Benfica. A verdade é que nos últimos minutos, foi mais o Benfica a estar mais perto do 3-0 que o Tondela do 1-2, apesar de um maior atrevimento dos beirões no início do segundo tempo.

Na noite em que alcançou os 100 golos da época, a equipa de Jorge Jesus voltou a manter a sua baliza a zeros, mas muito graças ao guarda-redes Helton Leite. Os Encarnados têm a segunda melhor defesa da prova, com 21 golos sofridos (Sporting tem 15) e o segundo melhor ataque, com 58 golos (FC Porto marcou 61). Nesta segunda volta o Benfica só sofreu cinco golos na I Liga.

O Tondela pode perder o 9.º lugar (35 pontos) para o Portimonense, se os algarvios vencerem o Rio Ave. O sexto lugar, que pode dar acesso à Europa, ficou mais longe (seis pontos para o Vitória de Guimarães).

Momento-chave: Cebolinha deixou tudo mais tranquilo

No melhor período do Benfica, Everton Cebolinha 'tirou um coelho da cartola' e fez um golaço, o segundo do jogo, deixando o Tondela com uma 'montanha' para escalar na procura da vitória. Os dois golos de vantagem alcançados antes dos 20 minutos deram uma outra tranquilidade aos Encarnados.

Os Melhores: Cebolinha deixa benfiquistas a ‘chorar por’ mais

Este terá sido o melhor jogo de Everton Cebolinha desde que chegou ao Benfica. O extremo brasileiro voltou a mexer a confiança de Jesus e fez uma grande exibição. Além do golaço que apontou, é ele quem serve Pizzi para o 1-0 após excelente trabalho na esquerda. Cebolinha puxou da velocidade, da técnica, do drible e da inteligência de movimentos para lançar o pânico na defensiva beirã.

Com um golo e uma assistência, Pizzi também se destacou nos Encarnados, ele que voltou a ser um dos principais motores do ataque do Benfica. Por ele voltou a passar grande parte do jogo ofensivo da equipa. Helton Leite voltou a dar uma boa resposta, travando as intenções da equipa beirã em mais que uma ocasião.

Dia menos bom: 'Sefe' sem golo

Seferovic ficou em branco, mas pode queixar-se apenas de si próprio. O suíço teve duas soberanas oportunidades para fazer golo, mas falhou ambas, na cara do guarda-redes Trigueira. Dois apontamentos que não passaram despercebidos a Jorge Jesus: "Ele já teve um período em que precisava de uma oportunidade para marcar, agora está numa fase em que precisa de três ou quatro", lamentou o técnico, na zona de entrevistas rápidas.

Reações: Pako queria um golo, Jesus elogia Cebolinha

Pako Ayestarán: "Temos de perceber que em alguns momentos temos de ser atrevidos"

Ricardo Alves: "Permanência? Acho que 35 pontos ainda não chegam"

Everton Cebolinha: "Às vezes as coisas não saem como planeado, mas eu tenho paciência"

Jesus volta a irritar-se na ‘flash’, antes de deixar elogios a Cebolinha: "Este é o Everton que eu conheço"

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