André Villas-Boas realizou esta terça-feira uma conferência de imprensa na qual analisou o Relatório e Contas da SAD do FC Porto relativo ao primeiro semestre da presente temporada 2023/24.

Antes de abordar esse tema, porém, e de passar passar a palavra ao seu candidato a responsável pela área financeira, José Pedro Pereira da Costa, o antigo treinador e agora adversário de Jorge Nuno Pinto da Costa e Nuno Lobo na corrida à presidência dos dragões falou do triunfo categórico sobre o Benfica, por 5-0, do passado domingo.

"Queria felicitar a equipa pela grande prestação contra o Benfica, que nos permite continuar a sonhar com o título que todos ambicionamos, bastante importante também para o futuro do FC Porto", começou por dizer.

"Parabéns à equipa, à equipa técnica, jogadores e a toda a direção e a todas as pessoas envolvidas no clube e aos associados do FC Porto por essa grande vitória", prosseguiu.

Na referida conferência de imprensa, na sua sede de campanha, André Villas-Boas falou ainda das recentes declarações de Jorge Nuno Pinto da Costa, que alegou que Villas-Boas escolheu para a sua lista elementos tendo em conta interesses de direitos de transmissão televisiva.

"É difícil responder sem, de certa forma, prevaricar com o presidente. É demasiado fácil desmenti-lo e chega a ser um incómodo para mim fazê-lo. Quero fazer esta candidatura pela positiva, trazer os sócios para a conversa", sublinhou.

"Torna-se fácil desmentir Pinto da Costa por várias razões. A primeira é porque pessoas do seu entorno estiveram envolvidas no negócio Altice, dos direitos televisivos, e pessoas da futura lista estão envolvidas na proposta pelos direitos de Liga Centralização. E o FC Porto, nos últimos anos, tornou-se um entreposto de intermediação com determinados agentes no seio do FC Porto. É tudo fácil de desmentir", prosseguiu.

"É uma guerra suja pela qual não quero entrar. Espero que sejamos capazes de elevar o bom nome do FC Porto e não entrar num chorrilho de mentiras que em nada beneficia o nome do FC Porto", concluiu.

Villas-Boas destaca mais-valias do centro de alto rendimento projetado no Olival

O candidato à presidência do FC Porto defendeu ainda que a expansão do Olival “será a melhor opção” para o futuro do clube, criticando Pinto da Costa pela nova academia planificada na Maia.

“O conceito de centro de alto rendimento profissional junto à formação é o que faz mais sentido, não apenas do ponto de vista operacional e logístico, mas também quanto aos custos de construção e à rapidez da obra. Prevemos uma execução de dois anos para a nova academia. Vamos lançar a concurso a parte do financiamento quando esta direção tomar posse. O conceito será demonstrado em breve aos sócios”, vincou o ex-treinador.

André Villas-Boas explanou pela primeira vez o seu plano para a expansão do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, desejando reunir cinco campos de futebol - com uma bancada para os jogos das equipas B, sub-19 e feminina -, um hotel e um pavilhão destinado às modalidades num terreno acima de 30.000 metros quadrados.

“Reunimos com a Gaiurb em maio do ano passado. Estamos à espera da reunião com a APA [Agência Portuguesa do Ambiente] para ver se temos a mesma leitura relativamente a uns cursos de água que há no terreno. Em princípio, não haverá problema algum, pelo que a viabilidade de construção da nossa opção em Vila Nova de Gaia é total”, apontou.

Essa expansão do Olival defendida por André Villas-Boas contrasta com a promessa da candidatura do atual presidente do FC Porto, Pinto da Costa, em edificar uma academia com quase 20 hectares no futuro Parque Metropolitano da Maia, num projeto a cargo do arquiteto Manuel Salgado, autor dos projetos do Estádio do Dragão e do Dragão Arena.

“Sempre dissemos que iríamos respeitar os contratos assinados na Maia. Torna-se cada vez mais evidente que, provavelmente, a Maia não passa de uma utopia e de um outro cenário, onde há um chorrilho de mentiras envolvido e está tudo por esclarecer”, atirou.

O presidente do atual terceiro colocado da I Liga garantiu que esse “grande sonho ia ser uma realidade” a partir do primeiro trimestre deste ano, mas, logo em janeiro, o autarca António Silva Tiago avisou que a hasta pública para venda dos 11 hectares da Câmara Municipal da Maia nos terrenos destinados à obra iria ser feita “nas próximas semanas”.

“A academia da Maia não tem as máquinas em movimento. Era uma promessa da lista opositora, mas não está a acontecer. Evidentemente, há desenvolvimentos em relação à apreciação dos terrenos e da sua capacidade construtiva, tal como já fizemos, mas torna-se cada vez mais evidente que esta solução em Gaia pode ser uma realidade”, reiterou.

André Villas-Boas falava do tema durante uma sessão dedicada à revisão do relatório e contas da FC Porto SAD referente ao primeiro semestre de 2023/24, dois dias depois da goleada dos ‘dragões’ na receção ao então líder Benfica (5-0), da 24.ª jornada da I Liga.

“[A performance desportiva da equipa de futebol] Nunca joga contra mim, porque somos portistas e queremos o bem do clube. Ou seja, vencer o campeonato e qualificar para os quartos de final [da Liga dos Campeões]. Estamos determinados até ao fim e, felizmente, o Sérgio Conceição tem mantido a equipa concentrada no projeto desportivo”, analisou.