Com muita ansiedade à mistura, o Benfica regressou às vitórias este domingo após bater o Estoril por 1-0. Otamendi foi o autor do único golo dos encarnados mesmo no final da primeira parte (44').

A equipa de Schmidt mantém assim os quatro pontos de vantagem sobre o FC Porto, enquanto que o Estoril agrava a má série de resultados e aproxima-se cada vez mais da zona de despromoção.

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Duas mexidas para cada lado

Roger Schmidt e Ricardo Soares não foram totalmente fiéis as habituais escolhas que conhecemos de Benfica e Estoril.

Nos encarnados, destaque claro para a saída de Gilberto e Florentino com as entradas de Neres e o jovem João Neves (a estrear-se a titular). Aursnes assumiu assim a lateral-direita, tal como já tinha acontecido por momentos no jogo frente ao Inter e o jovem médio português tornou-se claramente no construtor de jogo das Águias.

Neres juntava-se mais à frente a Gonçalo Ramos, Rafa e João Mário, no já habitual 4-2-3-1. Apesar de os encarnados manterem a sua identidade tática, notava-se uma maior sede e nervosismo na procura do primeiro golo - fruto também dos últimos maus resultados.

Do lado do Estoril, entram para o onze João Gamboa e Tiago Araújo em detrimento de Mor Ndiaye e Tiago Gouveia (emprestado pelo Benfica). Os canarinhos apareciam comprometidos em travar a sede de golo do Benfica e a aproveitar - sempre que possível - as transições. Ricardo Soares apresentou um 4-3-1-2 hibrído, que variava para um sistema de cinco defesas quando o adversário criava mais perigo em termos ofensivos.

Um penálti falhado, mas valeu o desequilibrio de Neres a serenar os ânimos

Foi uma primeira parte bastante agitada no Estádio da Luz. O Benfica - que já não vencia há quatro jogos - sentia a pressão de marcar cedo e afastar os fantasmas do passado. As bancadas apoiavam, mas também sentiam o mesmo nervosismo que transparecia no relvado.

A primeira grande ameaça surgiu na cabeça do jovem João Neves, reflexo da sede dos encarnados na procura do primeiro golo. O médio português apareceu na grande área em resposta a um cruzamento de Neres, mas cabeceou por cima da barra de Daniel Figueira.

Aos 15 minutos, foi Gonçalo Ramos a voltar a mostrar o desacerto na hora de rematar à baliza. Desta feita foi Grimaldo a cruzar, mas o internacional português cabeceou por cima.

A impaciência começava a tomar conta das bancadas, até porque o Estoril mostrava ser capaz de chegar às zonas ofensivas. À passagem dos 20 minutos, Rafa teve uma grande perdida junto à baliza e, pouco tempo depois, foi Aursnes a tentar mas imediatamente a protestar com o árbitro Rui Costa. Pedia-se penálti na Luz, mas nada foi assinalado.

Ainda assim, não foi preciso esperar muito tempo para as Águias dispôrem do castigo máximo, por falta de Tiago Araújo sobre João Mário. Após consulta do VAR, não houve dúvidas e foi o próprio João Mário a assumir a responsabilidade. Se os ânimos já estavam difíceis de controlar, o internacional português ainda complicou mais as coisas ao falhar na cara de Dani Figueira que tirou a bola... com os pés. Era o terceiro penálti falhado esta temporada no momento em que os encarnados precisavam ainda mais de um golo para tranquilizar.

Na falta do coletivo, teve de chegar a genialidade para o primeiro golo. O Estoril ainda teve uma grande ameaça na cabeça de Cassiano, mas foi Otamendi a ser eficaz graças a Neres.

O extremo brasileiro conseguiu sair de uma cabine telefónica junto à área contrária e assistiu o central argentino para o 1-0. Os grandes golos às vezes começam antes de a bola entrar e foi isso que se assistiu na Luz, com as bancadas a respirarem de alívio aos 44 minutos.

Uma 'falsa' tranquilidade do Benfica até chegar o VAR

Na segunda parte, o ambiente era bem mais tranquilo, mas os encarnados sabiam que só podiam respirar definitivamente de alívio se marcassem o 2-0.

Ricardo Soares começou logo a a mexer com as entradas de Rodrigo Martins e Francisco Geraldes, mas a verdade é que o jogo arrefecia de parte a parte.

Schmidt percebia o perigo do 1-0 e, desta vez, decidiu fazer as substituições nos encarnados bem mais cedo do que habitualmente vemos. Musa e Florentino foram chamados a jogo para os lugares de Gonçalo Ramos e Chiquinho, com a necessidade de refrescar não só o ataque como também 'trancar' a zona intermediária.

Seria um banco de luxo se o VAR não tivesse dado uma 'falsa' tranquilidade ao Benfica. Aos 72 minutos, Musa furou a barreira estorilista e na cara de Daniel Figueira atirou para o 2-0 que parecia fechar o encontro. A verdade é que muitos se esqueceram que a jogada tinha começado em Aursnes, que estava em fora de jogo.

A equipa de Ricardo Soares voltava a acreditar e entravam três jogadores de uma só assentada. Eram dez minutos de muita ansiedade na Luz em que tudo podia acontecer - e com impacto direto na luta pelo título.

Já com Gonçalo Guedes do lado do Benfica, o Estoril não conseguiu o sufoco que pretendia, mas ainda assustou antes do apito final de Rui Costa. Gonçalo Guedes, Carlos Eduardo e uma jogada do Rafa podiam ter mudado tudo, mas a vantagem mínima não se alterou e ficaram duas equipas em polos opostos neste campeonato.

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