Bruno de Carvalho reagiu na noite desta sexta-feira à conferência de imprensa da Comissão de Gestão, em que foi dito que os documentos apresentados pelo ex-presidente do Sporting não eram válidos, e reafirmou que continua a ser presidente,

"No registo comercial do Sporting, pode verificar-se no que no dia 13 de agosto foi registada a impugnação da deliberação da Assembleia Geral de dia 23. Foi feita mediante despacho judicial. Significa que desde dia 1 de agosto, os agentes Marta Soares não podem ignorar que todos os atos são nulos ou inexistentes, por praticas contra a letra expressa da lei. Solicitou-se ao comissário da policia que identificasse as pessoas em causa. Não houve nem poderia haver qualquer ato de expulsão", afirma Bruno de Carvalho.

"Acresce que na pendência da anómala situação, os membros da Direção não precisam de estar presentes nas instalações para proteger os superiores interesses do Sporting Clube de Portugal. Aquela exibição deplorável de mentira primária é um insulto à inteligência do homem médio. As labregadas são devolvidas à procedência sem mais", atirou Bruno de Carvalho.

"Artur Torres Pereira habituou-me muito a uma verborreia cheia de nada em termos de oratória. Disse um conjunto de chavões. Fomos nós que chamámos a polícia, na véspera, pedimos que reconhecesse as pessoas que recusaram deixar-nos assumir o nosso trabalho. Quem pediu para identificar quem cobardemente não deu a cara, foram nós. Ordem é expressa para suspensão da deliberação da AG de dia 23. É lógico que ainda sou presidente", atirou Bruno de Carvalho sobre a conferência de imprensa desta tarde.

"Há timings para nós fazermos as coisas. Há timings jurídicos. Tivemos de as fazer hoje. Não estamos esquecidos de que amanhã temos um importantíssimo jogo e queremos que o Sporting ganhe e ganhe bem. Não valia a pena fazermos muito mais. É lógico que ficou claro que não tínhamos uma mão cheia de nada nem um nada cheio de mão. Aquilo que nós queremos é uma decisão e é tão fácil, tão fácil, tão fácil que mesmo para jornalistas que não são juristas é fácil de perceber", atirou o antigo dirigente leonino.

"Aquilo que queríamos era retomar funções e não nos deixaram. Vai ter que ser a lei a impor novamente, alguém está em incumprimento, vai ter que ser um tribunal a decidir com certeza absoluta por essa decisão. Neste momento, para mim, houve uma desobediência total àquilo que esta decidido. Estamos a desrespeitar os sócios mas estas putativas comissões, estas gentes de Marta Soares é que estão a desrespeitar os sócios. Hoje o Torres Pereira disse dez vezes que eu sou o ex-presidente destituído e que estou cada vez mais só, se eu estou cada vez mais só vamos a eleições e vamos deixar que os sócios decidam", afirmou ainda.

"Queremos ir a eleições. Claro que queremos ir a eleições. Algum dos senhores imagina umas eleições do Sporting em que não está Bruno de Carvalho?", perguntou aos jornalistas.

"Posso garantir a todos os jogadores de todos os planteis do Sporting que vão ter todas as condições de segurança, paz e tranquilidade para fazerem o seu trabalho. A maior parte dos jogadores do plantel, falo com eles regularmente. Vamos deixar-nos de mitos. Já passou tempo suficiente para se deixar a história de se achar que sou o culpado, porque já estou há quatro meses para ser preso. Já fui caluniado o suficiente para continuarmos com a história de se Bas Dost e Bruno Fernandes continuam. Claro que continuam, não têm contrato?", disse Bruno de Carvalho sobre os jogadores que continuam no Sporting.

"Pode ser visto nos vídeos da final da Taça da Liga o meu relacionamento com o Battaglia, com Bruno Fernandes, pode ver numa entrevista do Bas Dost a um jornal holandês, como ele achou diferente eu estar no banco, eu estar nos treinos, eu quase dar os treinos. Tudo o que eles vão ter é tranquilidade", atirou a relação com os jogadores.

Bruno de Carvalho garantiu ainda que terá de ser o tribunal a impor o seu regresso e falou sobre as declarações de Sousa Cintra, que pediu para que se parasse com a "palhaçada".

"A partir do momento em que temos uma decisão e não nos é permitido, então vai ter de ser a lei a cumprir. Vai ter de ser o tribunal a decidir e que já o decidiu. Para mim já existiu uma decisão. Eles podem repetir 50 vezes que eu fui destituído, mas aquela Assembleia foi pior que o churrasquinho de 2011. Independentemente desta decisão não negamos que é necessário ir a eleições. Alguém acredita numas eleições em que não esteja Bruno de Carvalho e num debate onde não esteja Bruno de Carvalho? 90 por cento dos sócios ficam a dormir. Comigo, nas eleições, nenhum daqueles candidatos tem hipótese, nenhuma!", vincou.

"Com uma má educação tremenda, como é apanágio de Sousa Sintra, diz que não está pronto para palhaçadas. Vou em breve colocar algumas fotos dele no meu casamento para percebermos até que ponto está pronto para palhaçadas", disse acerca das declarações do atual presidente da SAD do Sporting.

O ex-dirigente leonino garantiu ainda que não estará em Alvalade para assistir ao jogo frente ao Vitória de Setubal.

"Claro que não vou estragar um jogo e ir para uma tribuna onde não sou bem-vindo e onde está um conjunto de pessoas que não conheço. Por isso, é lógico que não vou", frisou.

Bruno de Carvalho disse hoje que um juiz suspendeu a decisão de revogação do seu mandato de presidente do Sporting, determinada na Assembleia Geral (AG) do clube realizada em 23 de junho.

"Apresentámo-nos para retomar as nossas funções. Havendo resistência e oposição a isso, faremos o que a lei nos coloca ao nosso alcance. A nossa equipa de advogados e juristas tratará disso, evidentemente", afirmou Bruno de Carvalho, depois de ter estado cerca de três horas no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

Bruno de Carvalho diz que o clube foi citado em 01 de agosto da decisão do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, decorrente uma providência cautelar por si interposta, um dia antes de ter sido decidida a sua suspensão de sócio por um ano, pela comissão de fiscalização.

"A justiça declarou ser ilícita [a decisão da AG], o que significa que o Sporting nada pode fazer a não ser receber-me de volta como presidente do clube e da SAD", referiu Bruno de Carvalho.

Eleito presidente do clube em março de 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho foi destituído do cargo na reunião magna de junho, com 71,36% dos votos, e posteriormente suspenso de sócio pela Comissão de Fiscalização, criada na sequência da demissão da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar.

Na sequência da decisão, foram convocadas eleições para os órgãos sociais do clube, para 08 de setembro, e Bruno de Carvalho viu a sua candidatura rejeitada pela Mesa da Assembleia Geral, com base no facto de o ex-presidente estar suspenso.

João Benedito, José Maria Ricciardi, Pedro Madeira Rodrigues, Frederico Varandas, Rui Jorge Rego, Dias Ferreira e Fernando Tavares Pereira são os candidatos cujas listas foram validadas.

Os destinos do Sporting têm estado a cargo de uma comissão de gestão liderada por Artur Torres Pereira, nomeada pela Mesa da Assembleia Geral presidida por Jaime Marta Soares, enquanto José Sousa Cintra, antigo presidente, foi designado para administrador da sociedade que gere o futebol profissional (SAD).