O presidente do Sporting desafiou hoje os sócios a apresentar nos serviços do clube um pedido de uma Assembleia Geral destituitiva do Conselho Diretivo, prometendo que a mesma se realizará no prazo de 8 a 10 dias.
“Os associados podem, já na segunda-feira, apresentar nos serviços do clube o pedido de uma AG destituitiva do CD, a qual, se cumprir a lei e os preceitos todos regulamentares, será realizada num espaço temporal de cerca de 8 a 10 dias - está nas mãos dos sportinguistas. Mas acabem com as ameaças. Entreguem e marcamos, ponto final! Transformamos o ponto de discussão da AG de dia 17 nesse pedido de destituição, com todas as condições de segurança e de fidedignidade dos resultados”, escreveu Bruno de Carvalho, numa nota pessoal que tornou hoje pública na sua página na rede social Facebook.
Além desta posição, o presidente dos ‘leões’ revela que irá avançar com processos crime contra os jogadores Rui Patrício e Podence, que rescindiram unilateralmente os contratos com o clube alegando “justa causa”, pelas “acusações inacreditáveis que fizeram e que terão de provar em sede de processo cível”.
Além destes processos, Bruno de Carvalho adianta que as rescisões já apresentadas representam “um crime gravíssimo de difamação e calúnia que não vai ser deixada em claro, pelas questões desportivas e de indemnização ao clube”
Dizendo-se farto de chantagens de alguns advogados e agentes, Bruno de Carvalho assegura que, enquanto for presidente, não irá negociar nenhuma renovação ou venda, a não ser as previstas, até 15 de junho.
“Por isso, se querem chantagear com rescisões, rescindam já, pois nunca vos será dada razão e eu não cederei a chantagens. Se é para fazer, façam já, e, em termos legais, cá estaremos para defender a verdade e o Sporting Clube de Portugal. Se não é isso que querem, mandem parar os vossos advogados e agentes”, escreveu o presidente do clube, dirigindo-se aos futebolistas do plantel profissional.
Na mesma nota, Bruno de Carvalho ironiza que o Sporting já tem o futuro assegurado com tantos putativos candidatos: “Álvaro Sobrinho para dono da SAD com Ricciardi, Varandas, Figo, Pedro Baltasar, Poiares Maduro, Dionísio Castro, Rogério Alves, Pedro Madeira Rodrigues... E mais vão surgir. Não têm de ter medo. É decidir se quiserem eleições agora”.
O presidente do Sporting lembra ainda que estão eleições marcadas para a Mesa da Assembleia Geral e que foram os únicos até agora a apresentar listas para a Mesa da Assembleia Geral (MAG) e para o Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), cumprindo todos os preceitos legais e regulamentares e expressou o desejo que “até dia 21 (data da Assembleia Geral marcada pela Comissão Transitória da MAG para a realização de eleições para aqueles dois órgãos) surjam muitas mais, visto haver tantos putativos candidatos”.
A concluir, Bruno de Carvalho confessa que, neste momento, gere o clube “com mais honra do que prazer, tendo em conta que este tem sido enlameado e os sportinguistas alvo de uma intoxicação sem precedentes”.
A crise no Sporting teve origem na perda do segundo lugar do campeonato, na última jornada, para o Benfica e acentuou-se dias depois, em 15 de maio, quando cerca de 40 pessoas encapuzadas invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns futebolistas e elementos da equipa técnica, com a GNR a deter 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva.
Na sequência destes incidentes, os futebolistas Rui Patrício e Daniel Podence apresentaram a rescisão por justa causa, enquanto o treinador Jorge Jesus rescindiu por mútuo acordo para assinar pelos árabes do Al Hilal.
Depois estes acontecimentos, a maioria dos membros da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da Direção apresentaram a sua demissão, defendendo que o presidente Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
Após duas reuniões dos órgãos sociais, o presidente demissionário da MAG, Jaime Marta Soares, marcou uma Assembleia Geral para votar a destituição do Conselho Diretivo (CD), para 23 de junho – sobre a qual foi interposta uma providência cautelar para a sua realização pela MAG que foi indeferida liminarmente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa - e criou uma comissão de fiscalização para evitar o vazio provocado pela demissão da maioria dos elementos do CFD.
O CD do Sporting decidiu substituir a MAG e respetivo presidente através da criação de uma Comissão Transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, análise da situação do clube e para esclarecimento aos sócios e convocar uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho.
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