Miguel Braga voltou esta quinta-feira a vincar a vontade do Sporting em ver o Conselho de Arbitragem da FPF tornar públicos os áudios do VAR. O diretor de comunicação dos leões deu como exemplo a Premier League, que está a ponderar divulgar publicamente os áudios das conversas entre árbitro e VAR, e apontou o dedo a Benfica e FC Porto, que votaram contra a 'abertura' desses áudios em Portugal.
"Nem dois meses depois do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol ter rejeitado as propostas do Sporting para que os áudios do VAR fossem públicos, argumentando que 'as normas propostas afiguram-se ilegais, naturalmente face à Lei, e inadmissíveis face às orientações vinculativas do IFAB e da FIFA', a Premier League fez saber publicamente que pretende que as conversas entre os árbitros e o VAR estejam disponíveis para o mundo no final de cada jogo, através da plataforma do YouTube", começa por escrever Miguel Braga no editorial do jornal do Sporting hoje publicado, antes de apontar baterias para os rivais.
"Não foi apenas o CA a estar contra a disponibilização pública dos áudios do VAR: Benfica e FC Porto também votaram contra as propostas leoninas, dizendo-se a favor das mesmas, mas utilizando argumentos etéreos para justificar a oposição através do voto contra. Enquanto que em Inglaterra luta-se para mudar e melhorar o futebol, em Portugal faz-se um esforço tremendo para que fique sempre tudo na mesma. A não mudança protege quem manda e o poder instalado, instalado quer ficar", aponta o dirigente leonino no mesmo editorial.
"Enquanto nos entretemos com os fait divers de Verão e discursos futebolísticos saídos de um manual de guerrilha dos anos 80, a mudança vai acontecendo nesse mundo fora: em França, por exemplo, já se fala de um possível apoio da Federação Francesa de Futebol à proposta da Amazon Prime de introduzir microfones no equipamento dos árbitros; na Alemanha, num particular entre o 1. FC Köln e o AC Milan, a equipa alemã incorporou uma bodycam em dois jogadores, permitindo aos adeptos uma visão e experiência únicas sobre o terreno de jogo; e agora, os ingleses e esta proposta dos áudios do VAR serem públicos. Um dia quando verdadeiramente quisermos mudar para melhor o futebol português, exemplos de fora não faltarão", termina.
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