Contrariamente ao que acontece em Portugal, o mercado de transferências em França só fecha no dia 4 de setembro. Os quatro dias a mais que os clubes franceses têm para comprar e vender jogadores podem ter consequências diretas para os clubes portugueses.

Artur Fernandes, presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol (ANAF), disse ao SAPO Desporto que considera necessária uma reunião de emergência com os clubes do nosso país para os alertar para este cenário.

«É necessário avançar para uma reunião de emergência e analisar junto dos clubes esta situação. É necessário uma atuação no imediato para que se prorrogue, por agora, a data de fecho do mercado para prazos idênticos, sob pena de que a concorrência se torne desleal.»

O empresário dá um exemplo concreto do que pode vir a acontecer no final desta semana, após o fecho do mercado português, mas não do francês que aproveitará os dias a mais para comprar a “preço de saldo”.

«Imagine que vem um clube como o PSG comprar o Hulk ou o Cardozo nesses dias, depois Benfica e FC Porto vão fazer o quê? Se vêm com dinheiro para comprar, os clubes ficam obrigados a vender. A necessidade de vender por parte dos clubes portugueses, e a vontade dos atletas em sair, vai fazer com o que estes fiquem com os plantéis desequilibrados sem nenhuma necessidade.»

O presidente da ANAF é apologista de um mercado de transferências que se realize entre 1 de junho e 31 de julho de forma a não prejudicar competições, clubes e treinadores, porém, neste caso, considera necessário estar atento ao que se passa nas outras Ligas europeias e agir de pronto, de modo a evitar problemas no futuro.