O FC Porto e o seu diretor de comunicação estão proibidos de divulgar mais e-mails do Benfica. A decisão foi imposta pelo Tribunal da Relação do Porto, dez meses depois de Francisco J. Marques começar a divulgar emails onde revela um suposto esquema montado pelo Benfica para dominar as instâncias do futebol em Portugal. A divulgação dos mesmos deu origem a uma investigação por suspeitas de corrupção e tráfico de influências.

No acórdão do tribunal, que o Jornal de Notícias teve acesso, ficou determinado que o FC Porto pode incorrer numa multa até 200 mil euros de cada vez que infringir a proibição de não revelar emails do Benfica.

Perante a revogação da sentença proferida pelo juiz Fernando Cabanelas, o FC Porto, a SAD do FC Porto, o FC Porto Media, sociedade Avenida dos Aliados (que detém o Porto Canal) e o diretor de comunicação Francisco J. Marques ficam proibidos de voltar a divulgar correspondência de dirigentes da SAD do Benfica 10 meses depois do início das revelações veiculadas no programa Universo Porto - Da Bancada, no Porto Canal.

Ontem, quinta-feira, o Benfica congratulou-se com a decisão do Tribunal da Relação do Porto, que deu provimento ao recurso que o clube tinha apresentado sobre o chamado ‘caso dos emails’.

Recorde-se que em outubro de 2017, o Tribunal da Comarca do Porto rejeitou a providência cautelar avançada pelo Benfica contra o FC Porto no caso dos emails.

De acordo com as ‘águias’, a decisão dos juízes desembargadores do tribunal foi unânime e significa que a divulgação de correspondência eletrónica do clube ‘encarnado’, que vinha a ser feita por parte do diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, no Porto Canal, é impedida.

As ‘águias’ lembram vários pressupostos da decisão, particularmente as que estão relacionadas com a divulgação de ‘emails’, e considerou a decisão de primeira instância como “absurda”.

Segundo os lisboetas, a prática trouxe “inexoráveis gravosas e lesivas consequências ao bom nome e reputação do Benfica”, sendo que esperam que a decisão “clarifique, de uma vez por todas, a gravidade de todos os comportamentos que têm (...) devassado a sua correspondência”.

O comunicado termina ao lembrar “a determinação em perseguir todos os que pratiquem condutas idênticas às ora sancionadas, estando absolutamente convicto que a Justiça, embora tardando, não falhará em todos os seus níveis”.