O treinador Domingos Paciência disse hoje que o FC Porto - Benfica, da 29.ª jornada da I Liga de futebol, pode vir a ser decisivo na atribuição do título nacional.

O jogo entre as duas equipas que, com 20 rondas cumpridas, lideram o campeonato com os mesmos pontos (52) terá lugar no Estádio do Dragão, na penúltima jornada do campeonato e, para o ex-técnico do Deportivo da Corunha, esse embate pode ser mesmo determinante.

«Se continuarem assim, a não perderem pontos, é natural que as pessoas pensem que esse jogo pode ser decisivo», afirmou depois da participação no "Fórum do treinador de futebol/futsal", organizado pela Guimarães Cidade Europeia do Desporto 2013.

Segundo Domingos Paciência, «o campeonato está a ser disputado a dois e depois há uma diferença muito grande para as outras equipas».

«Isso é muito mau para nós e externamente nem se fala, somos vistos como um campeonato sem qualidade e sem competitividade», lamentou.

Sobre o Sporting - FC Porto da próxima jornada, o antigo técnico dos "leões" e jogador dos "dragões" considerou que «cada jogo tem a sua história».

«O Sporting com uma equipa jovem que vai procurar superar-se e fazer um grande jogo contra uma equipa que tem muita experiência, muita posse de bola e revela muita segurança, com um jogo não tão dinâmico e não chegando tantas vezes à baliza como o Benfica, mas quando chega faz golo», analisou.

Domingos desejou ainda que o Sporting recupere rapidamente, «para bem do futebol português».

«O Sporting merece o máximo de respeito, são milhões de sportinguistas que querem que volte a ser a equipa que era. O momento não é bom e o que eu mais desejo é que esta mudança se faça o mais rápido possível e que consiga fazer com que o Sporting seja forte», afirmou.

Sobre a saída da Corunha, onde esteve menos de dois meses, Domingos recordou os salários em atraso desde setembro, como «alguns jogadores assumiram publicamente», o que «condicionou muito o grupo de trabalho».

«Não estou arrependido de ter ido para lá, sabia dos riscos e do grau de dificuldade. Fomos com toda a ilusão, até começámos bem, mas depois não correu tão bem por diversas situações», disse.

Domingos Paciência contrariou ainda a ideia de que, em Portugal, só aceitará treinar os grandes clubes:

«Vou para onde me sinta bem, haja objetivos bem definidos e condições para alcançá-los.»