Francisco J. Marques comentou, esta terça-feira, as notícias que dão conta de um processo movido pelo Benfica ao FC Porto, na sequência da divulgação de correspondência privada do clube da Luz por parte dos responsáveis azuis-e-brancos. No programa 'Universo Porto da Bancada', do Porto Canal, o diretor de comunicação dos azuis-e-brancos sublinhou que o "FC Porto ainda não foi formalmente notificado," mas lembrou que o "histórico de confrontos entre FC Porto e Benfica" na justiça "é-nos muitíssimo favorável". O clube da Luz pede 17,7 milhões de euros de indemnização.
"Não estou em condições para dizer nada, porque o FC Porto ainda não foi formalmente notificado e só se pronunciará depois de ser notificado e conhecer o processo. O histórico de confrontos entre FC Porto e Benfica é-nos muitíssimo favorável, deve estar na mesma proporção dos confrontos dentro dos relvados. Basta recordar o Apito Dourado, uma vitória em toda a linha do departamento jurídico do FC Porto; e o Caso do Túnel, que apesar de o Benfica ter um juiz a seu favor, Ricardo Costa, acabaram por perder. Também houve o caso do acesso à Liga dos Campeões, onde o Benfica se associou ao V. Guimarães para nos tentar excluir e o FC Porto acabou por ganhar junto do Tribunal Arbitral do Desporto. Ninguém pode pôr isso em causa, não foi o FC Porto que foi lá influenciar alguém. Neste caso, confio plenamente que há de ser mais uma vitória do FC Porto, até por uma razão: acho que antes de este processo ser julgado, muita coisa vai acontecer. Vamos ver onde vão estar essas pessoas", atirou.
O diretor de comunicação do FC Porto comentou ainda mais um caso revelado pelos emails do Benfica, onde o clube da Luz terá montado um esquema para condicionar agentes desportivos e não só.
"Há documentação do Benfica que confirma um sem número de acusações que foram feitas ao clube. Como a exibição de um slide numa reunião de quadros onde se assume que se pretende controlar uma série de entidades. O poder do Benfica baseou-se nesses pilares nas últimas épocas. Como é que o Benfica pode interferir no poder judicial? O E-toupeira é uma demonstração de como esse plano era colocado em prática. Agiam através da corrupção de funcionários judiciais que se disponibilizaram para prestar esse serviço ao Benfica. A troca de camisolas e convites para o camarote presidencial? Era mesmo disso que se tratava. O objetivo era de capturar políticos, autarcas e juízes, bem como outros atores da vida pública, em benefício do Benfica. Quanto ao poder político, hoje em dia ninguém tem dúvidas da influência em algumas decisões simpáticas para o Benfica", sublinhou, antes de dar exemplos.
"O processo e-toupeira é uma demonstração da execução deste plano no que toca ao poder judicial. Havia uma intenção, em 2012 de interferir no poder judicial. E como veio a ser executado? Através da corrupção de funcionários judiciais, que se disponibilizaram, a troco de camisolas, bilhetes para jogos, viagens e coisas assim a prestarem esse serviço. Neste mesmo documento, há uma menção de procurar capturar políticos, autarcas, juízes e outro tipo de atores da vida pública a favor do Benfica. Dizem mesmo que é importante retirar benefício disso. Hoje ninguém tem duvidas da influência, do benefício e das sucessivas decisões simpáticas para o Benfica. O permanente, conhecido, claríssimo apoio que o Benfica presta às claques ilegais, perante o lavar de mãos do Estado, nomeadamente o IPDJ e o Governo, demonstra que também conseguiu interferir, ao ponto de não sofrer consequência dessas más práticas", atirou.
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