Jorge Mendes é um dos nomes incontornáveis do mundo do futebol. Considerado por muitos um dos melhores agentes do mundo, tendo sido premiado por essa mesma razão, há dias, pela 11.º vez no Globe Soccer Awards.

Na sequência da premiação o agente de jogadores concedeu uma entrevista ao jornal 'Record' onde abordou o tema Cristiano Ronaldo, jogador que deixou de agenciar no final de 2022 e o dinheiro que movimenta no campeonato português com a venda de jogadores.

"Todos os anos são especiais porque a Gestifute tem evoluído. E esse tem sido o objetivo: fazer mais e melhor. Há muita gente que se questiona porque continuo a trabalhar tanto e porque faço isto. Porque sou assim, não consigo mudar. Sou o Cabanas da Petrogal e continuo a ser a mesma pessoa. Não sou uma pessoa que apenas pensa no dinheiro e em querer mais, mas em ajudar o próximo. Eu perco o mesmo tempo com o jogador que nem vos passa pela cabeça, da 2.ª Divisão ou com um miúdo de 17 anos… Aliás, o futebol português beneficia disso", afirmou.

"As pessoas não me conhecem bem mas tenho um orgulho enorme em ajudar o jogador português, o treinador português e os clubes portugueses. Se perguntar aos clubes portugueses, eu sou o bombeiro. Resolvo problemas. As verbas com que os clubes contam anualmente é a Gestifute com aquilo que faz. Colocar jogadores qualquer um coloca, vender é difícil", acrescentou.

O empresário português abordou ainda os negócios com os jovens da formação do Benfica, entre eles, Bernardo Silva e João Cancelo: "Foi uma invenção da Gestifute os tais 15 milhões de euros. Vendemos seis jogadores por esse valor. Podia ter dito cinco milhões mas nessa altura, na Argentina, os 15 milhões era o valor praticado por jogadores de seleção".

Jorge Mendes confidenciou que Pedro Neto esteve perto de ingressar nos encarnados antes de ser contratado pelo Wolverhampton. "Tinha jogado cinco minutos no SC Braga e saiu para a Lazio porque o presidente confiou no que lhe disse. Entretanto, recuperou o que tinha pago. Não foi vendido depois por mais de 100 milhões porque se lesionou", continuou.

Abordando o tema de vendas futuras e dos jovens portugueses mais promissores, como é o caso de João Neves e António Silva, deixou a garantia que a "decisão é sempre do clube".

"São jogadores altamente cobiçados. A decisão é sempre do clube, eu posso levar as propostas e as condições mas… Os jogadores ficam no Benfica até ao final da época, de certeza absoluta, e depois Rui Costa decidirá aquilo que é o melhor a fazer. Clubes? Claro que quando estamos a falar de jogadores top, estamos a falar dos melhores clubes europeus", terminou.

Jorge Mendes deixou ainda a garantia de que o futuro de João Félix deverá continuar a passar pelo Barcelona, que quer garantir o avançado português a título definitivo.