O Sporting regressa este domingo às competições internas depois do empate (1-1) frente aos eslovenos do Maribor, a contar para a primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. O Gil Vicente é o adversário que se segue num início de época que não tem corrido de feição aos "leões", que contam para já com três empates e uma vitória no campeonato.

Para analisar o momento menos positivo dos "leões", o SAPO Desporto falou com Paulo Alves, antigo avançado de Sporting e Gil Vicente e ex-treinador da formação de Barcelos. O técnico natural de Vila Real foi mesmo o último técnico a conseguir derrotar (2-0) os lisboetas, em casa, com as cores gilistas, quando corria a época 2011/12, na 23ª jornada da liga portuguesa.

O feito é ainda mais relevante se tivermos em conta que, cerca de um mês antes, havia conseguido outro triunfo (1-0), mas desta vez a contar para a Taça da Liga, na primeira jornada da fase de grupos. Os homens de Paulo Alves chegariam mesmo à final da competição, onde perderam com o Benfica por 2-1. Para a visita dos homens de Alvalade a Barcelos, este fim-de-semana, às 18 horas, o técnico, agora sem clube, prevê um jogo complicado para ambos os lados.

Sapo Desporto (SD): O que espera do jogo de domingo entre o Gil Vicente e o Sporting? O resultado frente ao Maribor pode pairar na cabeça dos atletas do Sporting?

Paulo Alves (PA): Espero um jogo difícil, com muita ansiedade envolvida, principalmente para o lado do Sporting. O Sporting é favorito para este jogo, ainda que trazendo alguns traumas da Liga dos Campeões. O resultado [do jogo frente ao Maribor] pode influenciar, uma vez que não é uma situação virgem e que já vem acontecendo há alguns jogos no campeonato. Algo que o Sporting tem rapidamente que mudar. Isso só acontece com resultados positivos e, portanto, este é um jogo em que a ansiedade pode estar presente e depende da abordagem mental ao jogo.

(SD): Há um grande risco do Sporting perder pontos no jogo com o Gil Vicente?

(PA): Há, claro que há. Depende da abordagem mental da equipa e da tranquilidade psicológica, segurança e personalidade que o Sporting apresente. Não há dúvidas que o Sporting é mais forte individualmente e coletivamente do que o Gil [Vicente]. Se não se apresentar personalizado, sério, rigoroso, destemido, a assumir o jogo com qualidade e categoria corre muitos riscos, porque a ansiedade e a responsabilidade vão pesar menos sobre os jogadores do Gil [Vicente]. Se o Sporting começar a errar passes e não conseguir ligar as jogadas, o risco de perder pontos em Barcelos é muito grande.

(SD): O Sporting é candidato ao título?

(PA): Neste momento não me parece [candidato ao título]. No início da época houve alguma expectativa. Se eventualmente alguns reforços que vieram fossem verdadeiras alternativas para já, eu diria que talvez sim. Mas, até ao momento, a maior parte destes reforços não conseguiu ainda trazer aquela segurança de serem verdadeiras alternativas. O Sporting está nas competições todas e, a determinada altura, o Marco [Silva] terá que fazer alguma rotação e, por aquilo que temos visto até ao momento, não sei se muitos jogadores terão já a capacidade e a consistência para serem jogadores a este nível. Isto é, a um nível em que o Sporting seja objetivamente candidato ao título. E nesse aspeto penso que é algo prematuro dizer que o Sporting está ao mesmo nível de Benfica e FC Porto.

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