Face ao resultado do FC Porto na deslocação à Madeira, o dia até podia ter sido mais dramático para o Benfica de Jorge Jesus. Em vez de perderem três pontos na liderança, os "encarnados" perderam apenas um. Ainda assim, a viagem ao norte esteve longe de ser produtiva para a formação da Luz.
O Benfica chegava a Vila do Conde em posição privilegiada e dependendo apenas de si próprio para revalidar o título português. Em melhor posição ficou logo aos cinco minutos, com o golo madrugador de Salvio, e tudo parecia bem encaminhado para a turma de Jesus. A história do jogo, no entanto, seria atípica.
Apesar do forte apoio por parte dos seus adeptos nos Arcos, a equipa "encarnada" esteve longe dos seus melhores dias em termos de criação de oportunidades. Durante o primeiro tempo, e depois do lance que deu o golo, faltou sempre um extra de inspiração que permitisse alcançar uma vantagem mais tranquila.
A equipa de Pedro Martins ia espreitando ocasiões e conseguiu criar mais perigo no segundo tempo. Primeiro, aos 62 minutos, acertou no ferro da baliza de Júlio César. Pouco depois, Samaris desviou um livre de Ukra com a mão e permitiu uma ocasião soberana aos vila-condenses. Ukra não desperdiçou.
O empate a uma bola era já um resultado muito satisfatório para a equipa da casa mas, como diz o ditado, até ao lavar dos cestos é vindima. Mesmo em cima do apito final, e já depois de Luisão ser expulso, Del Valle avistou uma última "uva" - arriscou o remate e foi bem sucedido, garantindo os três pontos para a equipa nortenha.
O treinador do Benfica, Jorge Jesus, teve uma palavra a dizer sobre a arbitragem de Marco Ferreira. Para o técnico "encarnado", Luisão nunca podia ter sido expulso quando foi, devido ao posicionamento de Eliseu. A expulsão, segundo Jesus, acabou por afetar a equipa benfiquista na reta final.
Opinião distinta teve Pedro Martins, timoneiro dos vila-condenses, que destacou a "alma e coração" dos seus comandados e defendeu que o resultado até podia ter sido mais volumoso, já que o Rio Ave dispôs de todas as ocasiões de perigo no segundo tempo.
Este sábado de pontos perdidos para os dois primeiros classificados da Primeira Liga acabou por significar uma coisa: dependendo o FC Porto apenas de si próprio para chegar ao título, o clássico da Luz de dia 26 de abril poderá mesmo ter um caráter decisivo.
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