Artur Torres Pereira deu uma entrevista à CMTV onde abordou o atual clima de instabilidade que se vive no Sporting Clube de Portugal. O presidente da Comissão da Gestão do Sporting, depois da suspensão de Bruno de Carvalho, sublinha que é urgente fazer uma mudança nos estatutos do clube, de forma a impedir que se volte a viver uma situação semelhante a que se vive neste momento no Sporting.

"Se na República Portuguesa o presidente tem o poder de usar a chamada 'bomba atómica' para demitir o governo se entender que não está a cumprir o programa ou o interesse nacional, no Sporting tem que passar a haver uma disposição idêntica, que não há. Os estatutos atuais não preveem a demissão do Conselho Diretivo em caso de má gestão ou de não respeitar os interesses no entendimento de quem representa os sócios: a Mesa da Assembleia Geral. No futuro esta situação nunca mais se deve passar, termos de recorrer aos tribunais e à Justiça para fazer cumprir a lei dentro do Sporting", disse o dirigente.

Ainda na mesma entrevista, Torres Pereira comentou a contratação de Sinisa Mihajlovic para treinador do Sporting, sublinhando que essa nunca seria a sua opção.

"É o treinador do Sporting. Não seria a minha opção", atirou, lembrando, no entanto, que que Bruno de Carvalho tem os poderes necessários como líder da SAD para contratar o treinador. No entanto, lembra que Bruno de Carvalho está suspenso, logo não devia estar a fazer contratações.

"O futuro a Deus pertence e o que está em causa transcende um jogador ou treinador que o Conselho Diretivo suspenso contrate. O presidente devia abster-se de tomar decisões do clube e da SAD por estar sob processo disciplinar e suspenso das suas funções", lembrou, na entrevista à CMTV.

O atual presidente da Comissão da Gestão do Sporting diz que a sua equipa vai tentar os possíveis para reverter algumas rescisões, embora uns sejam mais difíceis que outros.

"Não gostei de ver os jogadores rescindirem os seus contratos. Muitos foram formados no Sporting, o Sporting foi a vida deles, para muitos representou um período essencial da sua vida, independentemente dos fatores que fundamentam essa rescisão. Faremos o que estiver ao nosso alcance para que o prejuízo do ponto de vista financeiro seja minorado. Temos de acautelar acima de tudo os interesses do Sporting. A Comissão de Gestão tentará evitar o prejuízo enorme para o Sporting e tentar reverter o prejuízo – financeiro, desde logo, e desportivo, se possível. Os jogadores rescindiram na sequência de situações que foram geradas pelo CD suspenso. O Sporting não deve ser prejudicado por situações que não desejou, não quer e nem gosta", disse Torres Pereira à CMTV, lembrando que, das nove rescisões, há uma que já não poderá ser revertida.

"Sejamos realistas: a situação de Rui Patrício, a partir do momento em que formaliza um contrato com um clube, é irreversível, mas há jogadores que não estão nessa situação e a obrigação da Comissão de Gestão é evitar o prejuízo para o Sporting", atirou.