Já foi dado o tiro de partida para o campeonato português de futebol, mas o mercado de transferências continua aberto até final de agosto. Os treinadores dos três grandes não se coibiram de criticar tal facto, antes e depois da jornada inaugural.

Em entrevista ao SAPO Desporto, o presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol (ANAF), Artur Fernandes, compreende as críticas dos técnicos, mas lembra que são as transferências que lhes permitem ter os seus salários pagos a tempo e horas.

«Temos que perceber que antes de eles serem treinadores já o mercado de transferências era assim . Eu compreendo que é muito desagradável, depois de um plantel estar constituído, ter que lidar com transferências que possam desmembrar o plantel. Em todo o caso, são essas transferências que lhes pagam os salários».

O dirigente da ANAF lembra que são nestes últimos quinze dias de mercado que são feitas as maiores transações.

«É nesta parte final do mercado que as pessoas estão à espera que os preços baixem, e em que outros estão à espera de vender mais alto. Há uma espécie de jogo do gato e do rato, à espera de ver quem se deixa cair mais depressa. Os bons negociadores vão deixar para a última hora as grandes transferências».

Tendo em conta as críticas, Artur Fernandes considera que as datas do mercado até podem vir a ser alteradas no futuro, de modo a tentar agradar a todas as partes e dá um exemplo concreto.

«Temos de encontrar um ponto de equilíbrio, que poderia passar por termos um mercado de transferências entre maio e julho, de maneira que em agosto já não fosse possível fazer mais transferências. Ou encontrar uma data em agosto, antes do início das competições em que o mercado fechasse».

Em Portugal ainda não houve uma grande transferência de Benfica, Sporting ou FC Porto para os grandes campeonatos europeus.

Artur Fernandes lembra que, tendo em conta a crise atual, «vai ser complicado estes clubes sobreviverem este ano sem venderem um dos seus grandes jogadores».