Roger Schmidt concedeu uma entrevista ao 'Der Spiegel' onde passou em revista a sua aventura em Portugal, no Benfica. O técnico alemão recordou que o Benfica não vence qualquer título há três anos, por isso é normal que as expetativas sejam altas, principalmente com o clube a liderar a I Liga com 10 pontos de avanço sobre o FC Porto, o segundo colocado.
"Já tive oportunidade de dizer que quando se está no Benfica todos os anos são anos em que temos de tentar vencer títulos. Faz parte da história do clube e é o que é esperado de nós. Há três anos que o Benfica não ganha qualquer título, nem taças nem o campeonato, e naturalmente as expectativas são altas, agora é que tem de ser", disse o técnico ao 'Der Spiegel'.
E o que torna este Benfica tão especial, a ponto de dominar a Liga portuguesa e estar nos quartos de final da Liga dos Campeões, onde ainda não perdeu?
"Não há nenhum jogador que não esteja bem, todos estão a jogar bem. Há jogadas com bola, sem bola, bolas que se ganham, jogadores que gostam de jogar, de correr, de lutar, de jogar futebol. Para além dos títulos esta é a maior alegria do futebol. É para isso que trabalhamos para viver esse momento no campo, em que os jogadores jogam como equipa, lutam como equipa e depois, no fim, impõem-se. É a maior sensação de felicidade que existe no futebol", analisou.
Questionado se este será o seu melhor ano como treinador, o alemão lembrou outros objetivos que atingiu nos clubes por onde passou na Alemanha.
"Tive a grande sorte de nunca estar a lutar pela permanência. Sempre tive equipas boas, sempre trabalhei em escalões superiores. Comecei com o Delbrück e em Münster vencemos logo no primeiro ano. Depois subimos e ficou mais difícil. No Paderborn quase conseguimos subir à Bundesliga, aproveitei sempre para tentar alcançar o máximo. Em Leverkusen, durante três anos, jogámos a Liga dos Campeões. Não estou aqui a contabilizar sucessos, o que quero dizer é que há pontos diferentes que podemos alcançar", frisou o técnico, lembrando a importância de ganhar competições na carreira de um treinador.
"É importante vencer títulos, é algo muito especial sobretudo porque o campeonato é uma prova que dura muito tempo e quando conseguimos vencer uma competição de 18 equipas é a confirmação máxima que podemos ter porque é muito difícil. Uma temporada tem altos e baixos, surgem dificuldades e no final ser a equipa que vence o título é uma sensação muito particular. Tal como nas Taças, ser a última equipa no fim significa que não se perdeu jogo nenhum. São coisas que acho especiais e nós fazemos de tudo para que no momento da consagração possamos ter aquela sensação maravilhosa. É uma enorme alegria para todos no clube, mas também para cada um, individualmente. E não me é indiferente a forma como se chega lá. Quero chegar lá de uma forma que me agrade, em que possa dizer 'gosto deste futebol’", explicou.
Na mesma entrevista, Schmidt recordou uma promessa que fez quando assinou pelo Benfica mas que será difícil de cumprir.
"No início prometi que ia aprender português mas é complicado. É uma língua muito difícil e seria um investimento temporal muito grande até saber o suficiente para dar treinos em português. Para falar a verdade, não me atrevo. Em inglês funciona bem. Gostaria de falar português, de falar mais línguas, mas era preciso ter aprendido quando era mais novo", recordou o o técnico, de 56 anos, na entrevista ao 'Der Spiegel'.
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