O tribunal do Barreiro, Setúbal, retomou hoje de manhã a audição dos 23 suspeitos de agressões a jogadores e técnicos do Sporting na academia de Alcochete, desconhecendo-se se o interrogatório poderá ser concluído ao longo do dia.
Na quinta-feira, o juiz de instrução criminal ouviu quatro dos nove arguidos que admitiram prestar declarações.
O advogado Pedro Madureira, que representa alguns dos arguidos no processo, disse hoje à entrada para o tribunal que, ao contrário daquilo que é habitual, todos os advogados estão a assistir aos interrogatórios de todos os suspeitos, porque não houve oposição de nenhum dos causídicos para que tal acontecesse.
Confrontado com as notícias de alguns órgãos de comunicação social de que uma viatura descaracterizada terá entrado na academia de Alcochete para retirar alguns elementos que terão estado envolvidos no incidente da passada terça-feira, Pedro Madureira começou por reconhecer que era estranho, mas depois corrigiu dizendo que aquilo que achava estranho era a referência feita pelos jornalistas.
De acordo com um comunicado distribuído aos jornalistas no tribunal, os trabalhos da diligência de primeiro interrogatório aos arguidos detidos foram reiniciados cerca das 10:10.
O tribunal indicou que serão divulgadas novas informações através de um comunicado que deverá ser distribuído pelas 12:30, “caso, entretanto não haja qualquer informação relevante”.
A polémica que envolve o Sporting agravou-se nos últimos dias, depois da derrota da equipa de futebol no domingo, no último jogo da I Liga de futebol, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.
Antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na academia de Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.
Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na quarta-feira sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.
O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia-Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.
“O Sporting está a ser, nestes últimos dias, alvo de um ataque interno e externo sem precedentes na sua história. O objetivo é claramente obrigar à nossa demissão. Para que fique claro, desde já, não nos vamos demitir. Sentimos que o novo dever é, a bem do Sporting, ficar”, disse.
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