No futebol, antes de cada apito inicial, as equipas enfrentam três destinos: ganhar, empatar ou perder. Neste Dia D na I Liga, os dragões só tinham um, o de vencer, mesmo sabendo que poderia não ser suficiente para almejarem o que tanto desejavam: revalidar o título de campeão nacional. Este acabou por voar pela A1 até ao Estádio da Luz. Lá, o Benfica venceu o Santa Clara por 3-0 e é o novo campeão português de futebol.

Os dragões até poderia revalidar o título num cenário de empate na Luz, isto se goleassem o Vitória de Guimarães por, pelo menos, 11-0. Acabou por ficar 3-0. Uma vitória que sabe a derrota, um lugar-comum que, neste caso, mora no Dragão.

O resumo, em vídeo, do que se passou no Dragão

O FC Porto entrou neste jogo com a crença de que era possível marcar 11 golos, tal era a vontade de repor a bola em jogo a cada golo marcado. O Vitória de Guimarães, que lutava por um lugar nas pré-eliminatórias da Liga Conferência - sem sucesso porque o Arouca venceu em Portimão - até pareceu dar uma ajuda com a expulsão de Handel, logo no primeiro minuto, num lance com Uribe.

Seguiram-se os golo de Taremi e Pepê, o primeiro contou, o segundo não. Otávio e Evanilson marcaram os outros tentos na primeira parte, mas ainda faltavam oito, isto se o Benfica não estivesse a vencer por 2-0 em Lisboa à mesma hora, ao intervalo.

VÍDEO: Os três golos que deram vantagem ao FC Porto ao intervalo
VÍDEO: Os três golos que deram vantagem ao FC Porto ao intervalo
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A equipa de Sérgio Conceição fez tudo o que havia a fazer, pressionou, e foi em busca de uma goleada com duas mãos cheias. A equipa de Guimarães jogou, praticamente, encostada à sua baliza, formando uma muralha para Bruno Varela. Não que quisessem defender o resultado, até porque também procurava os três pontos, necessários para garantir, sem precisar de terceiros [Arouca], um lugar nas competições europeias, mas pressão portista assim a obrigou.

Não havia muito mais a contar desde o Dragão na segunda parte, pois o que viria a acontecer no relvado em nada mudaria o desfecho do campeonato. Contudo, mesmo com aspirações engarrafadas num milagre, os adeptos mostraram o seu apoio à equipa e ao clube, conformados com o segundo lugar, a dois pontos do novo campeão.

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A meio do segundo tempo, a crença portista foi-se desmoronando. Perceberam que, mesmo marcando 20 golos, o título  não iria ficar no Dragão. Prémio de consolação para Taremi, que termina a época como melhor marcador (21 golos) da prova.

FC Porto acabou por terminar na segunda posição, com 85 pontos, a dois dos novos campeões, enquanto o Vitória de Guimarães foi ultrapassado pelo Arouca no quinto posto e vai ter de disputar a segunda pré-eliminatória da Liga Conferência Europa.

Antes do ponto final na última crónica da época no Dragão, importante destacar também o ambiente que se viveu na bancada superior esquerda - tendo em conta a vista desde a tribuna de imprensa - com os adeptos vitorianos a apoiar a equipa até ao último minuto, mesmo sabendo que a equipa falharia um dos objetivos da temporada, ao entregar a última vaga de acesso às competições europeias ao Arouca. Há poucos adeptos como os do Vitória e o futebol português precisa mais disto. Vir ao futebol para se divertir.